Cinema: Venom

Herói ou vilão? O personagem dos quadrinhos já foi os dois: inimigo do Homem Aranha e herói quando em simbiose com Flash Thompson (nos quadrinhos e filmes do Homem Aranha ele também aparece se “misturando” com o próprio herói).

Em sua versão cinematográfica, Venom, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta, 03 de outubro, não é um ou outro, como anda na moda nos últimos anos, ele é um anti-herói: age de forma não convencional, mas tenta fazer o certo.

E se tenta fazer o certo é porque seu hospedeiro, Eddie Brock (Tom Hardy) acredita nisso. Brock é um jornalista investigativo que perde tudo que lhe é importante depois de tentar derrubar o rico proprietário da Fundação Vida, Carlton Drake (Riz Ahmed), após descobrir que ele estaria usando cobaias humanas em seus testes farmacêuticos.

Drake também é o responsável por uma viagem espacial que traz à Terra espécimes alienígenas. Um destes acaba por contaminar Brock quando este estra escondido na fundação.

Se sentindo muito doente, só aos poucos Brock irá entender que o que ele tem vai além de um parasita qualquer: ele lhe dá super força, rapidez e percepção. Mas também é um tanto perturbado e imprevisível.

Opa, espera, essa última frase cai bem para hóspede e hospedeiro – e talvez por isso a compatibilidade entre os dois funcione tão bem.

Hardy faz um ótimo trabalho de interpretação: seja vulnerável e inseguro após perder tudo e não saber o que está acontecendo com seu corpo, seja quando está decidido a sobreviver apesar do que está acontecendo.

O filme ainda escapa de ter um vilão fraco (mal de boa parte dos filmes de super-herói): Riz tem uma participação pequena, mas convence como louco que quer dominar o mundo e o filme e realmente sobre o que Brock mais Venom significa.

Os efeitos especiais convencem – ainda que nas cenas finais de luta eu tenha me sentido um tanto tonta (e nem assisti em 3D) com os cortes abruptos – e as cenas de luta são bem legais, explorando bastante o estica e puxa dos poderes de Venom.

Michelle Willians (com uma peruca bastante ridícula) interpreta a namorada de Brock, Anne Weying, e acaba tendo duas boas e decisivas cenas.

O mérito do filme, no entanto e apesar das críticas bastante negativas que tem recebido, é o humor: o filme não se leva a sério e não é para ser levado a sério. Um Deadpool para menores, usa de ironia e improbabilidade para dar certo. Arranca muitas risadas (algumas por vergonha alheia, admito) e combina com um balde de pipoca enorme e aquele dia em que você precisa esquecer de tudo que se passa lá fora.

Vamos combinar: uma estreia bem adequada nesta semana.

Ah, sim: são duas cenas pós créditos. Uma relacionada a possível sequência de Venom outra relacionada ao próximo lançamento “heróico” do estúdio.

 

Columbia Pictures apresenta, em associação com Marvel e Tencent Pictures, uma produção Avi Arad / Matt Tolmach / Pascal Pictures, Venom. O filme é estrelado por Tom Hardy, Michelle Williams, Riz Ahmed, Scott Haze e Reid Scott. Dirigido por Ruben Fleischer. Produzido por Avi Arad, Matt Tolmach e Amy Pascal. O roteiro é de Jeff Pinkner & Scott Rosenberg e Kelly Marcel. O argumento é de Jeff Pinkner & Scott Rosenberg. Baseado nas HQs da Marvel Comics. Os produtores executivos são David Householter, Stan Lee, Kelly Marcel, Tom Hardy, Edward Cheng e Howard Chen. O diretor de fotografia é Matthew Libatique, ASC. O desenhista de produção é Oliver Scholl. Montado por Maryann Brandon, ACE e Alan Baumgarten, ACE. O supervisor de efeitos visuais é Paul Franklin. Figurinos de Kelli Jones. Trilha de Ludwig Göransson. A supervisão musical é de Gabe Hilfer.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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