Na 25ª Bienal do Livro de São Paulo

A 25ª Bienal do Livro de São Paulo está com corredores amplos e bem organizada. A distribuição de senhas para os bate-papos, autógrafos e apresentações tem sido eficiente e, graças a isso, aquelas filas enormes e desorganizadas (oi CCXP) não existem – vale muito dar uma olhada no aplicativo ou site do evento para saber quando o seu autor favorito vai passar por lá e se programar.

A Microsoft é de longe quem mais chama a atenção: com mais de um estande preenchendo boa parte do corredor principal, a grande empresa de software preparou espaços bem interessantes voltados para a educação, algo certeiro considerando que boa parte do público da feira é formado por professores. Uma sala de aula do futuro, que usa de realidade virtual e quadros eletrônicos, é a mais disputada (ainda que eu ache que não seja uma sala de aula de 2030, considerando que a escola da minha filha já usa esses recursos hoje graças a uma parceria com o Google Education e o instituto GEEKIE, já tendo substituído os livros e apostilhas por Chromebooks).

Com a ausência sentida de estandes das duas maiores redes de livrarias do país – Livraria Cultura e Saraiva enfrentam dificuldades para pagar os fornecedores, sendo que a Cultura diminuiu pela metade o número de suas lojas e ainda não conseguiu absorver o gasto realizado com a aquisição da operação da FNAC no país -, o corredor central concentra os estandes das grandes editoras.

Se a ausência das livrarias é reflexo das dificuldades que o mercado literário enfrenta e por conta disso muita gente acreditou que as editoras aproveitariam a oportunidade de contato direto com os leitores para aumentar suas vendas com promoções, não foi isso que eu vi.

A Intrínseca preparou um lindo corredor de livros na entrada de seu estande e enfatizou bastante o lançamento de seu clube de leitores, já a Harper Collins criou espaços para fotos para fãs dos universos de Tolkien e Harry Potter. A Rocco também está com um estande grande, onde são vistas vitrines temáticas de suas séries de maior sucesso.

Mas nenhuma delas, com exceção das sessões de autógrafos, investiu pesado em ações para atrair os leitores, bem como não capricharam nas promoções. Dos livros que eu realmente queria comprar, nenhum estava com preço inferior ao que eu havia pesquisado na Amazon no dia anterior – na verdade a diferença de preço é bem grande.

A DarkSide nem ao menos investiu em um estande próprio – o que me surpreendeu depois da participação dela na CCXP de 2017 -, fazendo uma parceria com o Submarino. Os livros da editora têm 20% sobre o preço de capa no estande da loja (o que os deixa mais parecidos com os encontrados na Amazon) e você ganha um coração de borracha ao fazer sua compra.

A editora Leya está com um estande pequeno, mas bastante simpático. Ainda que os preços também não estejam muito convidativos, suas promoções podem tornar interessante pagar um pouquinho a mais: eu estava de olho a tempos nos livros de Amanda Lovelace, ambos por R$ 20,00 no estande e por volta de R$ 16,00 na Amazon, e acabei fazendo a compra conjunta por R$ 50,00 levando uma camiseta linda (só a camiseta sai por R$ 40,00). Kits de outros títulos incluem ou ecobags ou canecas.

Quem já aderiu aos e-books tem a oportunidade de já sair com seu Kindle na mão ou pelo menos tirar a dúvida sobre como se sente usando o aparelhinho maravilhoso da Amazon, que está com o mesmo desconto oferecido no site.

De longe o estande mais disputado, no entanto, não é o de uma editora, mas da Pólen Papel, empresa do grupo Suzano especializada em papel para livros. Com um lindo estande interativo, foi nele que fiz a foto que estampa este texto e que já é uma favorita para vida, não é?

Ao publicar suas fotos no estande com a hashtag #MAISPRAZEREMLER você ainda ganha brindes (blocos de anotações, pôsteres com frases ou bottons).

A Maurício de Souza Produções também está com um site caprichado, com especial apelo aos pequenos que podem sair com uma revistinha em quadrinhos personalizada e se ver transformadas em personagens com os traços da turminha. Para as crianças, é importante dizer, as promoções são muitas em estande de editoras de revistas e livros interativos.

Para quem quiser encher a sacola (ou mala) de livros meu conselho é, além de pesquisar antes de visitar o evento, é ficar de olho nos estandes dos sebos e pequenas livrarias localizados nas laterais: são muitas mesas com livros por R$ 10 e R$ 20 em que você pode encontrar tesouros. Um amigo conseguiu os livros da biografia de Churchill por R$ 20,00 cada e meu marido acabou arrematando dois do John Le Carré por R$ 10,00 o exemplar.

No pequeno estande da Livros & Citações você vai encontrar tesouros temáticos como canecas, marcadores e almofadas e pode conhecer mais sobre a assinatura do clube deles. E, falando em clubes, senti falta de um espaço do SKOOB por lá (ele esteve presente na edição passada e também na última edição da bienal do Rio de Janeiro).

Mas ainda assim vale a visita? Sim, principalmente se algum autor de que você gosta muito vai estar lá, afinal aqui no país nós não temos tantas oportunidades de vê-los de pertinho, ainda mais se todos forem simpáticos como A.J. Finn (autor de A Mulher na Janela) foi neste final de semana. Além disso, todo amante da leitora gosta da oportunidade de ver as novidades, sentir cheiro de livro e juntar uns marcadores que nunca serão realmente usados.

P.S. A Clayci também compartilhou das suas impressões aqui, óh, já a Luciana Monte conta como foi ir a Bienal pela primeira vez, aqui.

P.S. do P.S. E o Na Nossa Estante publicou uma entrevista exclusiva com o simpático A.J. Finn.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

1 comentário

Deixe uma resposta para Lu MonteCancelar resposta