Vocês devem lembrar quantas vezes eu falei aqui que a única parte ruim de Bates Motel era torcermos por um final diferente para Norman já sabendo qual seria o destino dele por conta do filme. Pois bem, depois da sobrevivência de Marion, ainda que a gente saiba que final feliz não seja uma possibilidade, acompanhar o final da série ganhou um novo sabor, uma expectativa diferente.
Ver, por exemplo, Norman lutando contra sua segunda personalidade quando esta tenta matar Dylan – logo depois de quase matar Dylan de susto após a transformação do irmão em mãe – nos indica que ele realmente está sofrendo pela consciência que tomou de seus atos nos dois últimos episódios.
Na verdade essa consciência foi usada de duas formas: alívio cômico, quando ele e Norma estão no carro vendo a polícia retirar o corpo do lago e ela fazendo piada de que esse não é o único corpo que vão encontrar, e tensão, como na cena com Dylan.
Dylan que nunca deve ter assistido a um filme de suspense na vida e fez como aqueles garotos que correm para o porão quando ouvem o barulho no meio da noite ao invés de sair pela porta da frente.
Falando em corpos no lago: que cara você fez ao descobrir que o doutor Edwards está desaparecido há semanas? Se foi a mesma que a minha você precisou colocar o queixo no lugar com a mão. Por essa eu, definitivamente, não esperava.
Mas o grande ponto do episódio foi vermos morrer a relação de amor entre Norman e a mãe que habita em sua mente. Ela agora é uma presença incomoda e o menino que ele ainda é nunca se sentiu tão sozinho. Se é um consolo ver que Dylan realmente quer ajudá-lo, não consigo ver ajuda possível.
Sem ajuda, como eu disse lá em cima, é frustrante ter certeza que não existe final feliz possível.