Vamos combinar que um episódio que começa com pessoas morrendo por conta de cogumelos envenenados não teria como ser usual, não é mesmo? Da mesma forma que era óbvio que Sherlock se sentiria desafiado por algo assim – além dele ter a oportunidade de desfilar mais um de seus conhecimentos incomuns.
Só que desta vez foi Joan quem teve a impressão de que eles haviam desviado demais do caminho deixando de lado facilmente o primeiro suspeito, um professor que no passado havia escrito um livro com o especialista em cogumelos morto.
Na verdade, aqui entre nós, talvez o excesso de imaginação tenha feito mais mal do que bem para os policiais e para o próprio Sherlock – e por excesso de imaginação você entenda que os roteiristas acabaram pisando na bola – ao ninguém checar que o tal professor, além de colega da primeira vítima, era o ex-marido da segunda. Não sei vocês, mas eu acho que verificar as coisas em comum entre as vítimas é um dos primeiros passos de qualquer investigação feita mais ou menos.
Se o professor teve algum pecado, além de assassinato, foi ter a mente um tanto limitada também: porque se dar ao trabalho de criar um veneno que fosse igual a de outro cogumelo para inserir nos cogumelos bons se seria mais fácil usar qualquer veneno a disposição. Com a opção pelo veneno de cogumelos ele apenas acabou apontando uma seta para a sua cabeça em que estava escrito “culpado” – sem falar das muitas outras opções de morte a disposição.
Do outro lado, se a trama da investigação pode não ter sido tão boa, a secundária, com a história do vizinho de Sherlock alugando a casa para um site que aluga casas para pessoas interessadas em fazer festas barulhentas – fui checar, não achei nada assim no mercado, olha que oportunidade de negócios – depois de ter todos os seus pedidos de paz e silêncio ignorados.
Gostei da solução bastante conciliatória da Joan – assim como ela eu teria achado que Sherlock teria colocado no fogo na casa também – pagando pelo isolamento e ainda um potinho de mel orgânico de bônus.