The Good Wife: Goliath and David e We, the Juries (5×11 e 5×12)

Goliath e David seria, no mínimo, um episódio muito divertido. E que aproveitou para nos ensinar um pouco sobre a indústria da música e o tal de direito derivado, direitos autorais e obra transformadora. Quer dizer, ensinar tudo em tão pouco tempo seria difícil, mas pelo menos agora a gente pode fingir que entende do assunto se ele surgir em uma conversa por aí.

Ele, é claro, perde um pouquinho na comparação com a leva de ótimos episódios que estamos tendo na série e talvez isso aconteça justamente por ele ser mais leve, mas ainda temos Will e Diane versus Alicia e Cary.

No final das contas, inclusive, Alicia e Cary ganham a causa não por grandes manobras, mas porque a música realmente tinha sido roubada, pouco importa o tipo de direito autoral ou versão da melodia.

A única coisa que o clima leve não conseguiu esconder é que Alicia e Will estão em um caminho sem volta: ele, de orgulho ferido, ataca, ela que inicialmente não queria magoá-lo, ainda que agindo de forma certa para que isso acontecesse, se decepciona. A decepção vira raiva e ela fala sem pensar. Ele, instigado, sente mais raiva ainda. Os dois, neste ciclo, se afastam cada vez mais.

E não dá para ter dúvida de quem vai sair mais machucado de tudo isso: Will. Porque ele é quem também está demonstrando mais prazer com esse relacionamento doentio, ele gosta do desafio, ele pensa nessa relação como um jogo, e a gente lembra que ele quase foi vencido pelo vício no jogo uma vez, ainda que ele não perceba o quanto esses picos de adrenalina lhe colocam para baixo em seguida.

E eu confesso: encerrei Goliath e David odiando Thicky Tric.

Mas depois de ver a este vídeo aqui, voltei a gostar – destaque para Christine Baranski cantando e dançando de bobs na cabeça e segurando uma banana:

P.S. Quem já sabia que o filho de Marilyn não era do Peter? Erraram na mão na hora de nos fazer acreditar que era e aí deu no que deu.

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We The Juries ainda tem um tanto de comédia, afinal é impossível segurar o riso quando vemos jurados discutindo pelo conforto das cadeiras, o bedel (é bedel o nome do moço que ficar fazendo o júri ir e voltar?) parece uma barata tonta e, finalmente, o juiz acaba literalmente descabelado depois dele mesmo ter inventado essa moda de dois júris num julgamento só.

Mas o episódio volta a pegar pesado nos dois dramas principais da temporada: Will resolve que este é o momento de realmente se vingar e se sobra para Alicia durante o julgamento, é na trama das urnas de Peter que ele realmente mostra do que é capaz.

Enquanto Kalinda, Damian e a tal policial ocupam tempo de tela que não merecem.

Quando We The Juries acabou eu corri em um grupo de fanáticos por séries para perguntar se, mesmo depois de Will ter mentido duas vezes neste episódio, ele continuava tendo mais eleitorado que o Peter. Pois ele continua.

Foi interessante a conversa primeiro porque por lá somos todos adultos realmente querendo conversar sobre uma série da qual gosta ls muito e não crianças de quinta séries querendo ter a resposta certa, segundo porque eu não lembrava do Will falando que amava a Alicia e uma pessoa citou essa passagem por lá. Alguém mais tinha esquecido disso?

Na verdade eu sempre pensava nisso vez ou outra: por que ele nunca falou “eu te amo” para ela? Bom, ao que parece ele falou uma vez e muita gente acha mesmo que ele ama, que inclusive ela a ama mais do que ela a ele. Eu nunca consegui ter essa impressão. Melhor: eu sempre acho que o amor do Will pela Alicia é acessório.

Ele ama, mas primeiro ele ama a carreira e a firma, depois a amizade com Diane e depois a Alicia.  Ele jamais arriscaria as duas primeiras coisas pela terceira. Isso é o que eu acho, mas entendo quem não concorda comigo porque entendi que eles acham que  Alicia nunca deu espaço para que ele fizesse mais.

Bom, sendo uma pessoa não convencida de que ele realmente faria tudo por ela, quando ele mente para o juiz naquela sala ou quando ele encara o Peter ameaçando-o, e dizendo que está fazendo aquilo só porque Peter traiu Diane e eu sei que não é por isso, ele perdeu o pouco respeito que eu ainda tinha por ele.

É no fato de que Will está sendo capaz de tudo para ganhar o jogo, por conta da raiva, que eu não compro a ideia de que ele faria mais por amor. Porque se ele tem essa força dentro dele, bem, por que ele não a usou lá trás para que ela ficasse? Por que, quando ela e ele passaram aquela madrugada batalhando pelas tais urnas que agora ele usa como arma, ao invés de correr com o vídeo para o Peter ver, ele não ligou para ela como disse que ligaria?

Na verdade a gente nunca saberá o que teria sido se ele tivesse realmente ido atrás dela. O que eu sei é que agora, nesse jogo todo, nem que ele fizesse algo teria volta – e aí eu lembro do irmão dela dizendo que ela o amava e tento entender porque nem aí ele fez diferente.

Quando ele mente para o juiz e, depois, quando ele não sorri quando ela termina o questionário que ele havia começado, foi visível a decepção de Alicia. Só lembro dela ficando decepcionada deste modo quando ele e Diane retiraram a proposta de sociedade ao pessoal do quarto ano e, um pouco depois, no penúltimo caso da temporada passada, quando ele coloca os interesses da firma acima dos do cliente, um dos motivos dela ter resolvido deixar a firma.

P.S. Sério, gente, The Good Wife deve ser uma das melhores séries da atualidade, como assim o tal resort no Rio de Janeiro tem nome italiano e funcionários com nomes espanhóis? O que acontece com esses americanos?

P.S. do P.S. Matan e Geneva estavam se divertindo tanto quanto a gente naquele tribunal, não é mesmo?

P.S. do P.S. do P.S. Alicia no escritório do Peter: ou ele dá um jeito nessa história da urna mesmo ou a coisa vai ficar bem feia para o lado dele.

P.S. do P.S. do P.S. Fugi o tempo todo de falar de Cary e Kalinda porque a minha vontade mesmo era entrar na tela e dar no Cary! Como assim ele tem a confirmação de que Kalinda vai trai-lo se isso salvar a própria pele e ainda sai para beber com ele? T-R-O-U-XA!!!