Doctor Who: Into the Dalek (8×02)

Você poderia até achar que a dúvida do episódio é se existe um Dalek realmente bom – e não lembro de um episódio da nova fase em que Doctor Who tenha flertado tanto com a ideia -, mas a verdade é que a questão do episódio ainda deriva da recente regeneração: quem é esse novo Doctor? Ele é um homem bom?

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E eu acho que é interessante essa dúvida no nosso novo-velho doutor: como disse no texto anterior a salvação dos demais Time Lords é muito recente, tivemos o doutor que lamentava, tivemos o doutor que tentava esquecer, agora temos um doutor que conseguiu mudar algo tão importante de seu passado, mas que fez uma série de outras coisas em sua vida, em teoria depois disso, acreditando que tinha matado todos os seus.

Definitivamente, a vida de um viajante no tempo e espaço pode se tornar confusa.

O que não mudou, porque essa é sua essência, é a vontade de fazer o certo e salvar a todos, o problema é que isso acaba sendo bem difícil. É a essa essência que a possibilidade de um Dalek bom atrai, enche de esperança. Então, mesmo a gente já tendo visto diversos exemplos de “porque esse tipo de coisa simplesmente não existe”, eu entendo porque ele precisava tentar.

P.S. no meio do texto: Acho que é com essa parte dele que mais me identifico também, aquela que sempre tem esperança mesmo.

Os roteiristas então apresentam o que parece uma chance real de um Dalek bom, um que inclusive fala que precisa destruir os demais Daleks. E isso num tempo e espaço em que, ao que parece, os seres humanos estão realmente encurralados pelos saleiros de metal.

Como o Doctor tem esperança, mas não é bobo, ele resolve buscar Clara para “entrar” no Dalek junto com ele na tentativa de curar um espécime único. Quem mais imaginou que a cura ia trazer o lado ruim do Dalek de volta levanta a mão! o/

Bem, o interior do Dalek pode não ter sido tão interessante de se ver – me remeteu demais ao Telesecta por conta o ambiente metálico e coisa e tal – mas eu simplesmente amei a ideia dos anticorpos em ação.

Dalek recuperado temos todo aquele movimento: ih, e agora, quem poderá nos salvar, mas com bem menos aflição que a questão dos androides do episódio anterior, talvez porque a gente não estivesse tão apegado assim aos humanos da estação espacial. Nem mesmo com a Blue eu estava muito preocupada – e quando isso acontece a gente já sabe que o episódio ficou devendo.

O que não aconteceu com a apresentação do ex-soldado Danny Pink no tempo atual (?) como interesse amoroso para Clara. Nada é por acaso: já que o Doctor não tem mais “perfil” para ser namorado da moça, logo encontramos alguém que seja. Gostei do personagem, gostei de ver a sempre tão controlada, e controladora, Clara parecendo uma adolescente boba e sorridente.

Não gostei, na verdade não gosto, dessa coisa meio “avulsa” para os companheiros do doutor. Foi a fase em que menos gostei da Amy e Rory e lembro com saudades da Rose largando tudo para conhecer o mundo. Até porque: se você pode estar em qualquer lugar no tempo e no espaço você vai realmente se preocupar em não faltar ao emprego? Heim?

Voltando ao problema do Dalek: o doutor resolveu reverter o que fez e eu pensei que a solução mais fácil era simplesmente refazer a fenda em seu interior para que a radioatividade fosse libertada, ao invés disso, o doutor e Clara – tendo uma ideia inteligente – fazem com que ele veja novamente o nascimento de estrelas e ninguém deve ter visto mais nascimentos de estrelas que o doutor.

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E não foram só essas lembranças que ele acabou compartilhando com o Dalek, mas tudo sobre si. Inclusive o ódio que sentiu – sente? – e eu também pensaria que por conta disso tudo daria errado.

Só que, como JK Rowling ensinou para a gente antes, não é a maldade que carregamos que faz a diferença, mas sim as escolhas que fazemos. E as escolhas do doutor fazem dele o bom Dalek, como o próprio saleiro define ao final.

P.S. Momento ótimo: “ela é maior por dentro” soa melhor que “ela é menor por fora”.

P.S. do P.S. Essa semana tem Robin Hood e Doctor Who. Quanto amor em um episódio só?

P.S. do P.S. do P.S. Eu sempre prefiro os episódios que vão ao passado do que os que vão ao futuro, com honrosas exceções, e Moffat já disse gostar mais de escrevê-los, talvez por isso ele se saia melhor nestes roteiros.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

4 Comentários


  1. a questão é …. afinal quem é Missy ? reparei – talvez nem tenha nada a ver – mas as duas pessoas que morreram e logo aparecem com a Missy tem sempre o Doctor próximo

    a história também me lembrou um filme da Meg Ryan e Dennis Quaid – Viagem Insólita – é claro com suas devidas proporções

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    1. minina, esqueci de falar da Missy!!! Não tenho ideia de quem ela seja, mas estou mais inclinada na teoria versão tardis que qualquer outra coisa.

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      1. Nossa, eu nem lembrava que Viagem Insólita era com a Meg Ryan! Na época eu não era fã dela ainda.

        Sobre as duas pessoas, li um ótima teoria linkando as duas: o sacrifício (e faz sentido mesmo que se pense que o Doctor empurrou o robô, ou pelo menos a guria que escreveu fez fazer sentido).

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  2. Eu descobri nesse episódio por que detesto tanto a Clara: “you are one of my hobbies”. É essa coisa avulsa que você falou que me incomoda tanto. Até parece que ela não se importa… eu sei, ela se importa, mas enfim. Não o suficiente.

    Also: a soldado rebelde chama Blue, o soldado-professor chama Pink. Isso não pode ser por acaso.

    sim, sim, “it’s smaller on the outside” não soa tão bem! Ri muito nessa hora!

    Também prefiro os episódios do passado.

    Also (2): Missy again. Alguém me falou de uma teoria de que ela seria o Master… não sendo a River, já me dou por satisfeita.

    Also (3): “YOU-ARE-A-GOOD-DALEK”. *arrepios*

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