Morro de medo de perseguições coletivas. Me parece que voltamos no tempo, quando perseguiam e linchavam inimigos públicos ou aplaudiam e riam em enforcamentos ou quando mulheres eram queimadas na fogueira como bruxas – alguns levados por medo, outros pelo desejo de justiça que tão poucas vezes é satisfeito, outros, ainda, pela maldade própria, aquela que ele não exercita por medo, mas que se satisfaz com o sofrimento do outro.
Mudam as ferramentas, saem os porretes e tochas, entram os tuítes e atualizações no Facebook. Sai a palavra de Deus, entra o que está escrito na revista.
Quase sempre amparados por argumentos inteligentes, que os fazem parecer sensatos.
Ainda que no fundo continuem selvagens. Sensatos selvagens.
P.S. Inocente até que se prove o contrário. Nos momentos mais negros é que se torna mais importante lembrar disso.
P.S. do P.S. Eu separo a vida pública da pessoal, pelo simples fato de que não conheço pessoalmente ninguém famoso, então ia ser bem difícil eu passar a vida pesquisando a vida de cada pessoa cujo trabalho eu admiro antes de poder me declarar fã. Sobre isso sugiro lerem esse texto aqui da Juliana Cunha. Meu único adendo: o caso foi arquivado por falta de evidências e não porque foi retirada a acusação, já que em casos como esse a promotoria pública é quem é a acusadora.