Cinema: A Dama de Ferro

Parlamentar: Eu acho que a honorável dama grita demais. Se quer que a levemos a sério, deve aprender a se acalmar.

Margareth Tatcher:  Se o honorável cavalheiro pudesse talvez atentar para o que ESTOU dizendo, em vez de COMO estou dizendo, poderia absorver uma valiosa cultura, apesar de si mesmo.

Como tenho feito nos últimos anos, acabo correndo na semana antes do Oscar para dar conta de ver o que não vi – por vários motivos: filha pequena, horários ingratos, atendimento cada vez pior nos cinemas, público cada vez mais mal educado – e escolhi  para começar um filme sobre uma personagem até controversa, mas cuja importância não pode ser negada.

Além disso, estrelado por Meryl Streep, A Dama de Ferro constava da lista de visita obrigatória já quando foi anunciado.

E não me decepcionei: pouco mais de uma hora e meia de filme nos contando os principais fatos da vida de Margaret Thatcher, líder do partido Conservador inglês, primeira ministra do país por mais de 11 anos, com fotografia e edição caprichada e uma interpretação perfeita da atriz que tanto amo.

É claro que muito da história da mulher que enfrentou preconceito e políticos acomodados para fazer o que julgava realmente importante, afinal o tempo é curto, mas acho que o filme conseguiu mostrar o mais relevante, mesmo deixando de lado muito de sua vida pessoal – fico aqui pensando se a escolha foi pelo tempo limitado ou porque Margareth manteve sua vida pessoal fora dos holofotes mesmo.

Se eu ainda não admirasse Margaret Thatcher antes de vê-lo, eu passaria a admirar. Como já admirava, bem, com certeza saí mais impressionada, mais fã. E ainda bateu curiosidade de ler os livros que serviram de base para a pesquisa dos produtores.

Meryl está maravilhosa, principalmente representando uma Margaret bastante debilitada pela idade – é impensável a velhice para alguém que fez tanto, não é mesmo? – e torço de coração para que fatura a estatueta deste ano.

Sabe, um dos grandes problemas da nossa época é que somos governados por pessoas que se importam mais com os sentimentos do que com pensamentos e ideias.

Pensamentos e ideias. Isso me interessa.

 Pergunte-me o que eu estou pensando.

O que você está pensando, Margaret?

Cuidado com seus pensamentos, pois eles se tornam palavras.

Cuidado com suas palavras, pois elas se tornam ações.

Cuidado com suas ações, pois elas se tornam hábitos.

Cuidado com seus hábitos, pois eles se tornam o seu caráter.

E cuidado com seu caráter, pois ele se torna o seu destino.

O que nós pensamos, nós nos tornamos. Meu pai sempre dizia isso.

 

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

2 Comentários


  1. Também estou tentando correr para ver os filmes antes da noite do Oscar, mas acho que não vai dar tempo. Assisti “Meia noite em Paris”, “Os Descendentes” e comecei a assistir “O homem que mudou o jogo”, mas dormi… (não foi culpa do filme, foi do cansaço mesmo…). Já queria muito assitir “A Dama de Ferro”, depois que li seu post fiquei mais curiosa ainda. 🙂 Bjs

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  2. Eu também vi, mas não gostei… Sai com aquela sensação: só isso. arghhhhhhhhhhhhhhhh! Mas a interpretação de Meryl Streep é fora do normal. É algo perfeito… Mas a sensação final foi: o filme deixa a desejar diante da história!

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