Homeland: Marine One (01×12)

Incerteza. Certeza. Medo. Coragem.

A cada passo da jornada de Nicholas Brody essas palavras opostas trocaram de lugar vezes sem conta. Será que ele foi “convertido”? Será que Carrie é louca? Será que ele vai ter coragem de fazer o que for necessário? Será que ele será descoberto? Será que existe realmente um espião dentro da CIA?

Você assiste a série e lê o que os outros falam: alguns assumiam que ele era um bandido, para mudar de ideia no texto seguinte. Alguns assumiam que Estes era o traidor. Outros, como eu, colocam fichas em Saul. A maior parte torce para que Brody não faça o que estava determinado a fazer.

Em um roteiro sem falhas, os responsáveis pela série nos conduziram até aqui. E, junto com Brody, nos trancaram naquele pequeno espaço subterrâneo, ainda atônitos pelos tiros dados por Walker, ainda nervosos com o que Carrie poderia fazer. Suamos frio junto com ele, eu torcendo para que ele não mexesse naquela alavanca. Eu certa de que ele não mexeria. E então ele aciona. E então eu quase morro. E então a alavanca falha.

Corta para a parte externa: Carrie desesperada para fazer algo, Saul a entregando para os demais agente – e nessa hora eu tive certeza de que ele era o traidor, certeza ressaltada por sua persistência em ouvir da boca de Estes e do vice-presidente sobre o atentado que matou o filho de Azir, mas não absoluta porque né, estamos falando de Homeland – e  a filha de Brody assistindo a tudo na sala de casa.

E se alguém achava que Dana não tinha importância para nossa história a menina pode ter se tornado a chave para que Brody mudasse sua forma de pensar. O amor por sua família, acima do amor por sua causa.

Porque aquela história de que ele “vai matar uma ideia ao invés de matar um homem” pode ter convencido alguns de que ele já pensava nisso naqueles poucos segundo que fizeram com que ele não acionasse o colete, mas não me convenceu. Eu acredito que Brody pensou sim em milhares de coisas naquele instante, em sua família, no pedido de sua filha, no que ele passou no Iraque, no que ele teve com Carrie, mas não acho que tenha pensando em um plano melhor ainda para derrubar os inimigos internos do país.

Sim, Brody não quer destruir os EUA – e seria insensato isso depois da demonstração de amor que ele deu no episódio passado – mas ele acredita piamente de que o vice-presidente, aquele que quer se tornar o presidente, é um inimigo interno. E eu só consigo pensar na forma como as pessoas podem ser conduzidas para acreditar em algo (aqui apenas um homem, no Nazismo, toda uma nação).

Matar Walker? Apenas uma demonstração da onde ele pode ir para salvar sua família. Aceitar que ele trabalhará pelo mesmo plano, de forma diferente, para mim, foi apenas uma maneira de ganhar tempo. Porque se não ele morreria ali e não voltaria para eles, não voltaria para Dana.

Acho que é no depois que ele pensava naquele telhado.

Mas posso estar enganada. Pode ser que ele, apesar do suor frio, do olhar perdido, tenha sido frio o bastante para realmente achar que tinha um plano melhor. E agora tenha uma temporada toda para trabalhar nele.

Uma temporada em que teremos uma outra Carrie. Confesso ter ficado igualmente impressionada pelas cenas de Brody no abrigo e de Carrie fazendo um tratamento de choque – se agora ele é diferente do que foi um dia, meu Deus – e ter ficado aflita por sua irmã não ter ouvido suas últimas palavras. A lembrança fundamental para que ela continue o trabalho depois.

Um trabalho fora da CIA – eu não consigo imaginar o como ainda – mas com o apoio de Saul.

Um final de temporada a altura do que foi cada um de seus episódios.

A diferença é que, agora, eu não ficarei apenas uma semana ansiosamente esperando pelo que virá depois.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

9 Comentários


  1. suas reviews de homeland são as melhores que existem nesse vasto mundo de resenhas de séries de tv.

    é incrível como você consegue captar todos os sentimentos ao ver um episódio excelente, sem soar forçada ou piegas. todos os seus textos são gostosos de ler e, acima de tudo, verdadeiros, não apenas parágrafos falando o que todo mundo já disse.

    homeland foi a melhor estréia pra mim, e hoje, está ao lado de the good wife (minha favorita). ganhou mais um leitor. estou fazendo maratona do seu blog, agora =D

    Responder

    1. Oi João, puxa obrigada mesmo!! Eu sempre falo que não vou crítica ou jornalista, mas uma fã, e tento manter isso nos textos que escrevo.

      Legal saber que está lendo tudo. Você acompanha The Good Wife pela agenda americana? Eu ainda não comecei a nova temporada, estou segurando para ver na Universal, mas com certeza é uma das melhores série atuais.

      Abraços!

      Responder

  2. sim, acompanho the good wife pela exibição americana, mas já li algumas aqui no seu blog (episódios favoritos). e pelo que eu andei lendo tbm, vou voltar com parenthood kkkkk

    Responder

  3. O episódio foi bastante tenso, lógico que Brody não iria explodir, senão acabaria a trama, mas foi suspense o tempo todo… rs

    Carrie “parada” por Saul, que triste e, volto a dizer, como é “interessante” a “loucura”.

    Eu preferiria que a ligação mais forte fosse entre Brody e o filho e não com a filha.

    Responder

  4. Bem, talvez eu torça para que Saul não seja o espião infriltado na CIA, principalmente pela relação dele com Carrie, é que é tão paternal e se for ele, esse relacionamento dos dois não passaria de uma mentira e eu não quero isso. Assim eu não acredito que Saul seja quem esteja passando informações na CIA, há alguns elementos contras, se fosse ele não tentaria impedir o tratamento de Carrie, e também não contaria a sua descoberta de que o filho de Nazir morreu, pois assim como Carrie juntou as pontas um pouco antes do tratamento, ela poderia ter feito isso no momento em ele contou e dessa forma continuaria no pé de Brody. Ahhh, ele também não ajudaria ela ao montar a linha do tempo, e mesmo não acredito que ele investigaria as teorias de Carrie, pois ela se trata da pessoa mais próxima do plano real, e se ele legitimasse algumas ideias dela,isso seria ruim para Nazir. Se o fato dele ter entregado Carrie nesse episódio quando ela voltou a suspeitar de Brody, mostra que ele é o espião (creio que ele queria proteger Carrie, já que sabia que ela estava obcessecada e apaixonada por Brody, além de em pleno um surto, sendo quase impossível ser verdade o que ela dizia), o mesmo pode se dizer de Estes, no fim do episódio passado, quando ele invade a casa dela e descobre a linha do tempo. E na verdade não acho que nenhum dos dois esteja vazando informações.

    Responder

  5. Terminei de ver a primeira temporada. Amei! Damian Lewis realmente é hipnotizante, e a série teve uma construção da trama bastante engenhosa. Acho que no fundo torcíamos para que Brody não fosse realmente um terrorista, embora seus motivos fossem mais compreensíveis, buscar vingança pela morte de crianças resolvendo se transformar em homem bomba, não o deixa menos terrorista.

    Bem, de qualquer forma, um homem daqueles explodindo seria um tremendo desperdício!!

    Responder

  6. Simone, vc tem alguma notícia sobre a reapresentação da 1º temporada? Eu não entendo estes canais. Repetem exaustivamente alguns seriados e não outros, como Homeland, que perdi e gostaria de assistir. Tenho acompanhado a programação do FX mas não vi menção ao Homeland.

    Responder

    1. Oi Cleo, acabei de enviar um e-mail ao pessoal da assessoria de imprensa do FX pedindo informações, assim que tiver novidades eu te conto.

      Responder

Deixe uma resposta para IvoneteCancelar resposta