Homeland: Achilles Heel (01×08)

*Texto sobre episódio inédito no Brasil, spoilers a frente

“It’s over!” é a frase que encerra o episódio, mas de forma algum é uma frase aplicável à Homeland: quando, no episódio passado, nos fizeram acreditar que Brody estava isento de culpas, damos três passos atrás e voltamos ao estágio anterior. Sem ideia do que é verdade, do que é mentira.

E isso em meio a um episódio cheio de pequenos detalhes. Ou melhor, aqui nada é detalhe. Não dá para piscar, não pode-se perder nenhum detalhe, nada é menos importante. Então, não fique chateado em ver Saul triste pela esposa partindo: além de nos criar um paralelo entre as perdas dele e de Carrie, nos mostrando o quanto os dois são parecidos, mais a frente isso pode significar muito mais.

A declaração da esposa de Walker para Carrie, por exemplo, era o detalhe que nos mostrava que deixá-la falar com ele não era o melhor caminho. Eu também demoraria a processar se falassem que o pai do meu filho, que antes tinham me dito estar morto, agora é um terrorista. E não sei o que eu faria com essa informação depois.

Mas a cena mais importante do fuzileiro convertido não seria a dele ao telefone, ou ele fugindo, ou mesmo a que eu escolhi para o post – ele e a arma que significa sua missão – seria ele mendigando nas ruas, até receber a chave do depósito… Do mesmo homem  que Brody confronta ao final.

O homem para quem Brody diz que está tudo acabado, que ele parou. Parou com o que? Não sei se existe um grande plano para ele ou se apenas ele não fará nada contra Nazir porque este teria lhe dado o conforto de que falou no episódio passado. Como sempre eu fico com aquela sensação de que estou tentando ser mais esperta que os roteiristas e que eles estão um passo a frente.

Em paralelo: Brody é perfeito para a política. Quem não gostaria de ter um herói em seu partido? A escolha perfeita: um herói de guerra, uma família linda. Li em outro blog que esse seria o plano de Brody, se infiltrar na política. Mesmo sabendo da importância do retorno de um fuzileiro desaparecido, acho este um plano irreal – um plano que teria de contar demais com a sorte, e planos nunca devem ser baseados em sorte.

Em paralelo 2: o perdão de Jesse. Foi possível sentir no ar o alívio, o quanto ela tirava um peso das costas ao assumir que esperou por 6 anos. E era possível sentir no ar o alívio de Brody ao dizer a ela que tudo bem, que ela não fez nada de errado.

Alívio que passou logo em seguida, quando ele olhou para uma perdida Carrie a sua frente. Como escolher? A segurança da família, da mulher que o conhece, ou a liberdade de alguém totalmente novo, com quem ele pode ser sincero não só sobre seus medos, mas sobre seu orgulho.

Alguém que acaba de se perceber eternamente só.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

6 Comentários


  1. Realmente quando eu penso que sei tudo, nada sei… rs

    É claro que na casa do barbudo não era o Walker quem o esperava e sim Brlody, isso eu suspeitei, mas e os pqs? Caramba…

    Gostei da reconciliação do casal e a esposa de Saul, já vai tarde “Roberta Miranda pra ela” = Vá com Deus!

    Vou loo dizend, não quero Blody e Carrie juntos.

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    1. Libriane, eu não torço nem contra nem a favor de Carrie e Brody. Acho que nada aqui é simples, nem mesmo uma decisão deles quanto a esta relação.

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  2. Mais um episódio excelente!!!! Realmente, a esposa do Saul tinha que ir embora mesmo – ela é bem chatilda. Com uma série com tantos personagens bons, eles é que têm que brilhar e não uma que fica só no mimimi, hehehe!

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    1. Fabi, eu acho que tudo sobre ela foi para nos mostrar um outro lado do Saul, porque a gente já conhece os sacríficios feitos pela Carrie e pelo Brody, então a gente precisava entender melhor quem ele era. Eu não consigo achar nada aqui a toa.

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  3. SAbe, eu até entendo o lado da esposa de Saul. Já pensou que por 25 anos, o marido nunca ficou po 12 horas em todos aqueles dias com ela? É como ele diz, o trabalho é seu calcanhar de Aquiles.

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  4. eu só sei que nada sei \o/
    sou orfã de “24 Horas” e fico super feliz dos seus produtores ainda terem gás para nos contar uma história como essa

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