Uma infância rica só depende da gente

Há algum tempo atrás, Maurício de Souza era questionado por um jornalista sobre o que pensava sobre a nova infância de nossas crianças, que não brincavam mais nas ruas como nas histórias da Turma da Mônica no bairro do Limoeiro. A resposta dele me deixou admirada, principalmente pelo fato de eu nunca ter enxergado algo assim: “Quando eu era pequeno todo dia era a mesma coisa, a gente brincava na rua. Hoje, a criança tem o computador, a TV, os parques. Pode viajar para a praia ou para o interior e brincar na rua, na areia. Então, ao contrário do que muita gente acha, a infância é mais rica, porque eles tem o que a gente tinha, mesmo que diferente, e também tem mais coisas.”

A primeira vista é fácil discordar dessa afirmação, mas ao prestarmos mais atenção veremos que é verdade. Sim, nossas crianças não brincam mais na rua, mas existe um mundo de possibilidades, basta que a gente procure.

Se não pode ser na rua, a gente pode ir ao parque, à praça perto de casa. Existe o clube, existem os passeios. Sim, para algumas coisas é preciso dinheiro, mas se procurarmos opções, a gente acha. Uma cidade como São Paulo, por exemplo, oferece tanta coisa gratuita para ser aproveitada: tem o parque Villa Lobos, o Ibirapuera. Do outro lado da cidade tem o lindo parque da nascente do Rio Tietê, com enorme pistas para se andar de bicicleta.

Sim, algumas coisas podem ter ficado mais difíceis, ou mais distantes, mas não impossíveis.

Cabe a nós, como pais, lembrarmos disso. Sair do sofá e levar nossos filhos para soltar pião, pipa e andar de bicicleta. Correr na grama e até rolar na lama. Tirar o sapato e colocar os pés descalças para sentir o chão, a água da fonte.

E, quando o cansaço bater, a gente pode assistir televisão e comer pipoca, jogar jogo no computador, ligar o vídeo game, ou escolher um jogo de tabuleiro. O importante é ser feliz.

As fotos aí de cima são do lugar aonde meus pais moram. Agora nas férias a Carol desce a serra e leva o cachorro para passear, deita na rede, vai na vizinha sozinha, joga pão pros peixes, dorme fora de hora, come comida da avó, vê passarinhos, guaxinins e bichos preguiça.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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