“Aquele que hoje derramar seu sangue comigo, será meu irmão.”
William Shakespeare
Os conflitos entre as diversas forças da justiça americana sempre são abordados nos seriados de televisão – NCIS fez isso logo em seu primeiro episódio. Criminal Minds ofereceu a sua versão em Brothers In Arms, quando policiais começam a cair mortos por um assassino serial que não deixa pistas.
Um episódio para toda a equipe, mesmo que, em determinados momentos, vejamos uma inclinação do foco para Morgan foi um episódio diferente dos últimos, que praticamente só mostraram Reid.
E um episódio para toda equipe serve bem para mostrar o quão Aaron Hotchner é importante: ele é o elo que permite que tudo, no fim das contas, funcione exatamente como deve ser, seja quando ele é chato para caramba, seja quando solta “o comentário” certo, seja quando ouve a opinião de cada um para depois definir como todo mundo deverá agir.
Já o destaque para Morgan era previsível: seu passado como filho de policial que morreu em trabalho, além de sua óbvia empatia com os policiais da delegacia, que ficaram com o pé atrás com os demais integrantes da equipe, eram garantia de boas histórias.
E funcionou muito bem. Destaco o interrogatório de Playboy como um dos melhores momentos de Morgan: ele se impõe ao longo do interrogatório, mas de maneira alguma tira a importância do colega policial na mesma sala, ele demonstra respeito por ele. Mesmo sem confrontar o policial ele consegue mostrar para Playboy que os dois estão interessados na mesma coisa: pegar o verdadeiro assassino. E assim garante a pista necessária para que eles consigam pegar o cara.
A surpresa por conta da investigação foi descobrir que o assassino não tinha nada contra os policiais em si, mas sim ele buscava o desafio de matar e não ser pego e enxergou nos policiais algo maior, o que exigiu toda uma revisão do perfil que eles tinham traçado. Até o momento em que Hotch coloca o alvo no seu peito.
Idéia mal aproveitada: a idéia do assassino estar envolvido em um clube de luta poderia ser mais utilizada, não simplesmente para descobrir sobre o assassinato do segurança da boate, mas isso pode ser só porque eu adoro O Clube da Luta e teve referência a ele no episódio de NCIS da mesma semana.
Não consegui perceber que a idéia era que Hotch ficasse “sozinho” para então pegarem o assassino, apesar de entender desde o início que a idéia era atraí-lo para matar um agente do FBI, belo jogo de cena dos roteiristas.
O finalzinho do episódio, com Morgan comparecendo ao enterro do policial, não era necessária, mas achei um fechamento adequado. Algo que gosto demais nos membros desta equipe em especial é que eles conseguem manter sua humanidade, apesar ou por causa das atrocidades que vêem cotidianamente.