“Não há refúgio da memória e do remorso nesse mundo. Os espíritos de nossos feitos tolos nos assombram, com ou sem remorso.”
Gilbert Parker
A principal vantagem de escrever sobre um episódio sem ter visto os seguintes é que você pode realmente falar sobre o que sentiu quando viu aquilo, sem que sua opinião seja afetada pelo que já sabe a mais. Pois foi isso que aconteceu quando eu falei sobre The Instincts. Eu jamais imaginaria o que estava por vir.
Primeiro de tudo fica a questão de minha comparação entre Spencer e Goren: no final das contas o pai de Spencer não era um criminoso. Na verdade ele apenas não aguentou conviver com o que sabia sobre a morte do verdadeiro assassino do amigo de Spencer. Mas os dois continuam fazendo parte de minha lista de preferidos, bem como continuo considerando os dois bastante parecidos.
A mãe de Spencer era quem carregava o grande segredo, mesmo que ela não tenha ajudado a matar o verdadeiro criminoso, ela se sentia responsável. Apesar de a explicação da partida do pai de Spencer não ter sido das mais convincentes, justamente por ela não ter feito nada de errado. De tudo deste excelente episódio fica a excelência de interpretação de Matthew Gray Gubler, o Spencer, e de Jane Lynch, como Diane Reid. O episódio é dos dois.
Ah, sem esquecer da escolha do menino que faz o pequeno Spencer: uma escolha perfeita.
Mas, é claro, temos de destacar o quanto os roteiristas foram habilidosos em colocar o restante da equipe trabalhando com Spencer de maneira tão eficiente – eu particularmente adorei as cenas em que Spencer volta para seu quarto e dá de cara com Morgan e Rossi assistindo The Young And The Restless e depois, quando ele está jogando e uma prostituta se aproxima e Morgan e Rossi o “salvam”, enquanto ele deixa US$ 2.000 de presente para ela.
E que dupla melhor JJ poderia escolher para padrinhos de seu Henry? Não tenho dúvida alguma de que Spencer e Garcia vão fazer um excelente trabalho. Só podemos esperar que, agora que Spencer sabe de tudo, ele também consiga superar os fantasmas do passado que lhe traziam tantos pesadelos.