Celular: Um Grito Por Socorro – Ou Portabilidade Numérica o quê, cara pálida

operadoras de celular

Sim, é nome de filme, mas, nestes últimos 40 dias, essa poderia ser a frase mais repetida pelo meu marido, que passou pelo inferno de precisar de sua companhia de telefonia celular.

A coisa começa de maneira simples: o aparelho dele estava para lá de Bagdá e ele resolveu ligar na operadora e verificar se existia alguma bonificação para troca do aparelho. Que surpresa boa não só saber que tinha sim uma boa bonificação, R$ 400,00, como ele ainda poderia adquirir o aparelho na própria central de atendimento e o receberia em 05 dias úteis. Vejam só que coisa maravilhosa! Isso foi no dia 12 de Junho.

No domingo seguinte, meu marido, que não é das pessoas mais sortudas do mundo, perdeu seu celular em um cinema. Fomos até a loja da TIM no próprio Shopping Villa Lobos e ele adquiriu um novo chip, informando a atendente de que não faria a compra do aparelho já que um aparelho estava a caminho de casa, o que foi confirmado pela mesma.

Mas o aparelho não chegou…

Maridão, paciente que só ele, ligou e recebeu um novo prazo por parte da operadora: 10 dias úteis… Que depois virou dia 13 de Julho, que depois virou dia 20 de Julho, que depois virou dia 3o de Julho.

E as desculpas para o atraso na entrega são um caso a parte: inventário sendo realizado (alguém já viu inventário que dura um mês?), mudança de transportadora (será que eles mandaram uma transportadora entregar na outra?) e problemas de logística (aquela típica explicação que não explica nada).

Já enlouquecido sem celular, enquanto os dias da franquia da conta corriam alegremente, no dia 13 de Julho ele informou que não esperaria mais e que gostaria de ter o bônus revertido para que ele adquirisse o aparelho em uma loja TIM, não em uma autorizada, mas na loja da própria empresa.

Primeira supresa: o bônus só poderia ser revertido depois do aparelho recebido e devolvido para operadora porque o mesmo, em teoria, já havia sido faturado. Do mesmo jeito que havia sido faturado 10 dias antes…

Depois de muita briga, a reversão do bônus foi confirmada e fomos à loja para a compra. Pois bem, o aparelho escolhido pelo meu marido era no valor de R$ 303,00 (inferior ao bônus concedido) e sairia de graça na Central de Atendimento.

Na loja da mesma empresa o bônus de R$ 400,00 virava um bônus de R$ 150,00 – isso mesmo que vocês leram, na mesma empresa, dependendo do canal de acesso o cliente tem um valor diferente de bônus a receber.

Com o tal bônus de R$ 150,00 ele teria de pagar uma diferença pelo mesmo aparelho de R$ 56,00. Opa, você ficou confuso? Veja como é simples: o bônus de R$ 400,00 virou R$ 150,00 que se transformou em  R$ 247,00 na compra de um aparelho que, em teoria, custava R$ 303,00.

Infeliz com a situação ele expôs a sua frustração a atendente da loja, afinal, ele é um dos primeiros clientes da TIM, cliente há mais de 07 anos e é assim que a operadora age com ele? Resposta da infeliz operadora (não que ela seja uma infeliz, mas estava com cara de infeliz): “É isso mesmo, uma porcaria, o senhor devia reclamar na ANATEL e trocar de operadora.”

Ela não se indignou, ela não chamou alguém que pudesse resolver a questão, ela apenas concordou com tudo que dissemos.

Na mesma noite meu marido ligou para a Claro, decidido a usar a Portabilidade Numérica em seu benefício. Uma semana depois eles ainda não tinham conseguido concluir o cadastro dele, um atendente não conseguia acessar o que o outro havia feito, e ele tinha de ficar a disposição de quando o mesmo atendente do início pudesse ligar para ele – o que só aconteceu ontem, dia 21 de Julho. Em uma ligação no dia 20 de Julho um outro atendente o havia orientado a refazer o cadastro inicial no site da operadora, já que ele não podia garantir que alguém entraria em contato com ele com base no cadastro atual.

Ontem, depois de tal declaração, corremos em uma loja da Vivo, para uma nova tentativa de resolver a questão. A Vivo informou que ele tinha uma pendência na Receita e que o cadastro não podia ser concluído. Pois bem, consultada a receita não existe pendência, informação impressa e validada. Podemos concluir o cadastro? Não, pois o sistema não permite.

Ontem a noite, 37 dias depois do primeiro contato, o aparelho da TIM chegou em casa. Desconto na conta por ter ficado um mês sem aparelho? Nem pensar. Na verdade, depois de uma reclamação formalizada na ANATEL, ele recebeu uma ligação da TIM ontem, garantindo que o aparelho chegaria antes do dia 30, e querendo finalizar o chamado, sem ter resolvido o problema. Quando ele disse que não poderia confiar na informação da operadora ele ouviu que a atendente nada poderia fazer, afinal, o que ela tinha que fazer era fechar o chamado.

No jornal lemos que dos mais de dois milhões de pedidos de portabilidade já realizados, menos de um milhão e setecentos conseguiram ser finalizados dentro do prazo previsto de 07 dias.

Ou seja, vamos continuar na TIM apenas para não correr o risco de termos um novo problema e porque, afinal, nenhuma das outras duas operadoras fez qualquer esforço para ter um novo cliente.

Este é um mercado onde a livre concorrência, infelizmente, nivelou todos os fornecedores pela mais baixa qualidade.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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