Coração de Tinta

Não é sobre o filme, que ainda não assisti, mas sobre o livro, que já li há algum tempo e não podia deixar de comentar.

Coração de Tinta é um lindo livro, que tenta mostrar o que aconteceria se a magia das histórias viesse parar em nosso mundo. Ele não é um livro de magia, não é um livro como O Senhor dos Anéis ou Harry Potter, mas o Coração de Tinta dentro do livro é.

Como alguns já devem ter lido por aí, é contada a história de Mortimer, o Língua Encantada, que descobre sem querer que ao ler histórias em voz alta ele pode trazer os personagens do livro para a vida real, em troca alguém daqui vai para o livro.

É assim que ele perde sua esposa, Teresa, que some dentro do Coração de Tinta, enquanto o bandido Capricórnio e o itinerante Dedos Empoeirados chegam no nosso pedaço.

Eu confesso que quando li o livro eu estava em busca de algo que me encantasse tanto quanto a magia de HP – busca que continuo fazendo, até o momento sem sucesso – talvez por isso eu não tenha gostado tanto. Não que eu não tenha gostado, ai, odeio quando fico assim.

Eu gostei de Coração de Tinta, uma história bem contada, me identifiquei com a paixão de Elinor, a tia de Teresa, pelos livros, que dominam a paisagem de sua casa e são sua maior paixão, torci para que Língua Encantada encontrasse uma maneira de acabar com o risco de Capricórnio e trazer Teresa de volta. Talvez eu tenha achado ele um pouco longo demais.

Com uns cinco capítulos a menos o livro seria mais empolgante.

Por ser mais curto e mais gráfico, talvez o filme consiga encantar mais.

Vale lembrar que, ao escrever Coração de Tinta, Cornélia Funke, pensava em Brendan Fraser para escrever sobre Mortimer. Nada melhor que ver o próprio no papel.