Pet.Doc: Vida de Gato

Como não achei nenhuma imagem sobre o programa exibido ontem pela GNT (e com reprises programadas para os dias 04/10 às 19:30h e 06/10 às 13:30h), estou usando as fotos das minhas duas gatinhas para ilustrar o post (o negócio é improvisar de vez em quando).

Dei sorte ontem ao zapear pela tv a cabo e parar na GNT. O programa Pet.Doc (uma série de programas inspirados no livro Nós e Nossos Cães e do qual eu falei aqui antes) mostra a relação interessante dos bichinhos e seus proprietários, buscando, por vezes, a opinião de especialistas para falar sobre comportamento, necessidades e as melhores maneiras de você cuidar dele e, ontem, o assunto do programa foram os GATOS.

O programa é curtinho, só meia hora, e passou super rápido, mas foi legal ver o pessoal falando de sua relação com este bicho por muitas vezes estigmatizado.

Eu sei bem o que é isso, afinal, tendo sido criada com vários cachorros, sempre dois ou três ao mesmo tempo, tenho fotos de infância com os cachorros em minha cama, as de bebê com eles em meu berço,  sempre olhei os gatos com desconfiança, acreditando na tal história de que gato é um bicho traiçoeiro e que não é carinhoso.

Vida de casada, apartamento pequeno, o dia todo fora de casa, me impediam de ter um cachorro (ficava imaginando o bichinho num espaço pequeno, preso o dia todo) e eu sentia falta de um bicho para mudar as energias da casa. Maridão me deu a opção de ter um gato e eu neguei.

Até ver a Malagueta, gata persa chique e de pet shop, em uma vitrine do Shopping Eldorado. Foi amor a primeira vista e liguei correndo pro maridão falando: se quer um gato, vai ter de ser esse.

Sábado seguinte fui buscá-la no pet shop e levei para casa após ser orientada sobre suas necessidades (a tal caixa de areia e comida especial) e manias. Aprendi a amar esse bicho tão independente e decidido. Sempre lembrava da minha psicanalista, no começo da minha terapia há uns dez anos atrás, me falando que apenas inseguros têm amor pelos cachorros.

Nem tão ao céu, nem tão a terra. Os cachorros são bichos ótimos, mas eternamente dependentes de ti. São crianças perpétuas. E crianças carentes de atenção e cuidado. Não ache que um cachorro irá se virar para ter o que quer, ele vai esperar com cara triste que você faça.

Gatos não. Se você for mal-educado ou judiar de um gato ele não vai abanar o rabo no instante seguinte já esquecendo de tudo (na realidade até vai, já que, ao contrário do cachorro, o gato balança o rabo quando não gosta de algo), ele vai te ignorar e destratar até que tenha te perdoado. Pode até te surpreender com algum presente nada agradável no teu lugar preferido da casa (quando eu voltei a trabalhar depois de ficar um ano em casa com a Carol, a Malagueta começou a fazer côco na minha cama para demonstrar que não gostou da mudança).

Gatos te procuram para brincar, mas se você não quiser eles brincarão sozinhos. Gatos buscam carinho, se você não der eles também não vão te dar, não vão buscar teu colo, podem até fingir que não gostam mais de você, para que você saiba que eles ficaram tristes.

Gatos são espertos e curiosos, fuçam pela casa, entram em armários e fazem brinquedo de caixas e sacolas. gatos usam a caixa de areia por instinto e não saem sujando a casa, pelo contrário, brigam caso você não limpe a caixa de areia deles direito.

Gatos comem apenas para se satisfazer. Você pode deixar a comida de dias para eles e eles não vão se entupir de comida, desesperados até que a comida acabe. Eles não se desesperam.

Nossa segunda gata, uma vira-siamesa branca, nos trouxe uma nova experiência na convivência com os bichanos. Ela é brincalhona ao extremo, adora um colo e adora gente nova. Quando temos visita, a Malagueta some para o quarto de maneira a não ser incomodada (uma lady), já a Muzzarella quer ver quem vai fazer mais carinho nela ou lhe dar alguma porcaria para comer.

Outra diferença entre as duas é essa: como foi criada em gatil, a Malagueta só considera comida aquilo que está no pote dela. Já a Muzzarella, gata de rua, sabe que aquilo que a gente come também pode lhe servir e só falta subir em cima do seu prato para ver se lhe apetece.

No caso da Malagueta, nem adianta colocar qualquer coisa na tigela dela. Só se for Royal Canin. Uma vez viajamos e resolvemos levá-la junto, pois esquecemos a comida e não achamos por lá a marca que sempre compramos. Compramos outra, cara também, e a bichinha virou a cara e só foi comer quando encontramos a que ela gostal. É, gatos têm personalidade forte.

Nas viagens curtas, dois a cinco dias, as duas ficam em casa super bem. Deixamos água e comida em comedouros especiais e duas caixinhas de areia. Não zoneam a casa, nem destroem nada. Tudo fica bem e elas também. Se a viagem é mais longa elas nos viram a cara por uns dias, mas nada de muito sério.

Hoje digo, sem sombra de dúvida, sou uma CAT PERSON. Os gatos se espalhem por bolsas, pingentes, camisetas e saias. Ainda estou em busca de um gatinho preto de patas brancas, o chamado White Socks, para completar a família. Quem sabe ele fica gorducho como eu queria.

A Carol, de vez em quando, pede um cachorro. Porque, por mais que gostem de um colo, gatos gostam de decidir o que querem fazer, e crianças querem que os bichos façam o que eles querem. Eu fico dividida. Não só pela pena do bicho cão em casa, mas pelo trabalho que isso significará: ele vai ter de ir junto em qualquer viagem, sair duas vezes por dia, com chuva ou sol, para levatr o cachorro para passear, ter alguém para dar almoço pro cão, já que não posso largar a comida para ele… Ufi… Vou ver se ela aceita outro gato, uma iguana, uma tartaruga… Sei lá… algo assim, risos.

Acho que os gatos também fazem bem às crianças porque lhe ensinam a ter limites, eles não aceitam imposição de vontades. Mas são carinhosos e atentos. Quando a Carol chegou em casa a Malagueta lhe vigiava dia a noite no berço. Quando ela chorava ela ia me buscar onde eu estivesse da casa.

Quando ficam felizes e querem nos agradar deixam presentes. Como não podem exercitar seu lado caçador desbravando matas e nos trazendo algum animalzinho, as duas deixam em minha cama seus brinquedos preferidos. Acho sensacional, porque não é que elas largam lá, elas escolhem o local, que normalmente é meu travesseiro, e colocam lá o presentinho.

Num programa do Discovery, uma vez, vi que os gatos olham para você como se fossemos gatos também, eles nos adotam como família. Eu achei isso sensacional.

Bom, e eu ia falar do programa né? Pois bem, ele mostrou a Verônica Sabino, outra que não gostava de gatos, contando sobre ter achado sua primeira gata em um lixo e hoje ser a dona feliz de duas gatas. Ela conta como os bichinhos lhe conquistaram.

Teve o Antonio Calony contando sobre sua paixão pelos gatos, lendo uma de suas poesias e falando da experiência feliz de ter dublado Garfield, sujo autor, com certeza, conhecia muito bem o bicho que retratou. O músico Marcus Leite (espero não estar errando o nome) que disse não ter certeza se ele tem uma gata ou se uma gata tem a ele.

Termino com uma frase repetida a exaustão pelo maridão: Para seu cachorro você é seu mundo. Para o gato, o mundo é dele, mas ele te deixa brincar um pouquinho.

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

10 Comentários


  1. ai, si, que crônica mais legal ! e que fotos superlindas!! eu perdi [não costumo parar muito no gnt], mas decerto que verei a reprise. valeu pela dica!

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  2. Eu vi e chorei como criança, lembrei de quando a Miss veio para cá há três anos: ela tinha sido achada pela associação de animais da minha cidade em uma lata de lixo com filhotes mortos. Super arisca, levou semanas até que compreendesse que a queríamos bem, hoje é a dona da casa e manda na Sissi, uma poodle.
    Sempre tivemos gatos e cachorros, recomendo sempre a pais de crianças pequenas tenham os dois, para projetar e entender que como animais são diferentes, pessoas também são.

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  3. nossa, ainda não consegui assistir nenhum episódio desse programa mas estava louca para ver um especial de gatos… uma pena eu ter perdido.

    Eu tenho o meu persa fofo e adoro gatos. Sou fã de animais de estimação mas, morando sozinha, gatos são a melhor opção. Adoro a independência do gato, do jeito nada carente de olhar para você, do carinho alternativo, charme e espírito de caça. Adorei o seu texto, mais uma vez.

    Agora lendo vc escrever sobre gatos, sou ainda mais sua fã!!

    Um abraço.

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  4. Ola, infelizmente não tenho GNT, adoro gatos e adoraria assistir, tenho dois gatos que mudaram minha vida pra melhor, acho que esses animais sofrem muito por preconceitos, como alguem pode afirmar que odeia gatos sem nunca ter um? Eh muito compensador, principalmente para quem mora em apartamento, pois sao muito limpos e independentes. Aconselho tambem, para quem se interessar, se pensam em adotar um animal, procure nao comprar, e sim aqueles tantos que ha muito tempo esperam por um dono em instituições voltadas para isso. Esses animais ja sofreram muito e a unica coisa que aguardam eh um lar, e um dono. Desculpe minha impolgação, mas nçao pude deixar passar a portunidade de alertar sobre isso, mas o ser humano pode ser muito cruel e isso me indigina.

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  5. Mari,

    A minha segunda gata foi adotada e foi a melhor coisa que eu fiz!

    Lourdes: brigada, brigada, brigada! EU fico toda feliz de receber esse carinho. E gatos mudam a nossa vida, mesmo.

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  6. Oi! Estava procurando na web artigos sobre gatos que fazem cocô na cama do dono, e encontrei o seu. O que você fez pra Malagueta parar com isso? Meu gato está fazendo isso desde as minhas férias, tirei 15 dias na passagem do ano. Já estamos em fevereiro e a saga continua… Estou deixando a porta do quarto fechada, mas se bobeio, já era… Se tiver alguma dica, entra em contato comigo…

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    1. Gisley,

      A minha só fez isso umas três vezes, depois se acostumou com a nova rotina. Acho que você pode dar mais atenção para ele quando estiver em casa, meio que compensando a distância.
      Torço para que dê certo.

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