Para os fãs de longa data do seriado e de James Spader, Angel Of Death passa longe de ser um dos melhores episódios do seriado ou um que tenha tido James com um desempenho espetacular, e olha que isso acontece em vários episódios, mas, sim, ele esteve muito bem.
Para quem não é fã do seriado ou de James ficou aquela coisa meio estranha ele levando o Emmy das mãos de Gandolfini ou de Laurie.
Primeiro: ele merece. Na realidade, com exceção de Sutherland, todos os que competiam ali estão em papéis que poderiam considerar os de suas vidas, pois estão dando um show na tela e estão sensacionais.
A questão é: se pegarmos esse episódio em especial será que ele merecia mesmo? Humm, aí pode complicar um pouco.
Mas Angel Of Death é um episódio para os americanos amarem e premiarem, simples assim. Um episódio em que a crítica sempre recorrente de Alan Shore ao governo americano ou a loucura que tem tomado o povo acabou ofuscada pelo heroísmo da mulher que ele defendia e o heroísmo do povo de New Orleans que conseguiu sobreviver à destruição não só de sua cidade, mas de suas vidas.
Sim, deve ser por isso que ele levou o prêmio… Mas isso não significa que ele não o merecesse pela temporada toda.
Alan Shore e Denny Crane, de penetra, partem para New Orleans para defender uma médica que teria praticado eutanásia em pacientes terminais durante os dias que se seguiram a tragédia do furação Katrina.
Os momentos de humor são garantidos por Denny, que não tem o minímo interesse pelo caso, mas quer muito aproveitar a famosa noite da cidade, suas bandas de blues, suas mulheres bonitas e sua bebida, e pelo novo triângulo amoroso do seriado: Denise, Coho e Brad, na já conhecida condição de amigos com benefícios.
A questão é que Denise, no interesse de ver o que rola saindo com os dois, pede tanto a um como a outro que tudo se passe em segredo… Pena que tenha gente passando no corredor bem quando ele combina isso com Coho e a história chegue aos ouvidos de Shirley, já enciumada pelo fato de Coho charmar Denise para sair.
Temos agora Shirley envolvida em fazer com que Brad conquiste realmente Denise, de maneira que ela deixe o assédio de Coho de lado, mas isso de maneira que ninguém perceba seu envolvimento.
Já Claire ajuda Clarence a processar sua antiga academia, que o expulsou depois que ele se tornou homem, ou se assumiu como homem, ou passou a se vestir de homem… Ahhh, bom, era uma academia para mulheres e ele está infeliz por não poder frequenta-la. Na realidade, ele está infeliz pois não pode mais ficar de papo com a dona da academia, por quem está apaixonado.
É claro que Claire consegue que as coisas se ajeitem de modo que ele convide a garota para sair… E ela aceita. Uh-la-la, l’amour!
Enquanto Denny passa seus dias e noites na cama, mostrando a Alan que cada caso pode ser visto de várias posições, ou algo assim, Alan tem a difícil missão de evitar a condenação da médica que sedou os doentes terminais de um episódio, apressando sua morte, pela certeza de que eles teriam um morte dolorosa em meio ao calor e a sujeira que se espalhava pela cidade após o furacão Katrina.
O que complica é que o juiz quer a condenação, todo são terminantemente contra a eutanásia e o promotor ainda consegue colocar a viúva de um dos doentes como testemunha, falando sobre o quanto seu marido sempre lutou para viver e que ele jamais aceitaria passivamente a morte, coisa que a médica lhe teria obrigado a fazer.
Destaque eu faço para o promotor, Adam Mersel, vivido por Matt Letscher, que já havia trabalhado em Good Morning Miami e Old Christine, e que se saiu muito, muito bem mesmo, em um papel sério.. Tá, o sotaque tava falso demais, mas vamos dar um desconto.
Alan, mais uma vez, faz um encerramento sensacional, que começa lembrando as mudanças ocasionadas pelo homem ao destruir a natureza (ele cita a mudança de comportamento dos elefantes da África, reportagem da Veja há um tempo atrás) e termina falando de todos que fugiram dali em meio ao caos, e dos que nunca foram ajudar e do que era possível fazer em uma situação dessas.
Uma das rarras vezes em que seu encerramente não ficou girando em torno dos erros do governo… Uma das raras vezes em que vi Alan Shore chorar, realmente tocado com o que ele dizia ali, e nós sabemos o quanto isso é raro, afinal, ele é o mais cínico dos cínicos.
Sim, é claro que Alan consegue o que parecia impossível… Duas vezes: a médica é declarada inocente. James leva o Emmy…
Coisas da vida.
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Si,
nunca imaginei q um dia iria discordar de vc, mas esse dia chegou. como assim, menos Sutherland? vc nao quis desclassifica-lo como bom ator né? pow, apesar de 24 horas ser uma série e ação, mto disso se deve a Sutherland e ele é extraordinário. se vc pergar, por exemplo, os 4 primeiros episódios dessa sofrível quarta temporada, entenderá porque Sutherland está indicado, é de cair o queixo. e te digo mais, Sutherland só não era favorito ao Emmy, porque a crítica caiu matando essa temporada, mas mesmo assim, Sutherland se salvou, assista a finale da temporada também q vc vai entender do que eu falo.
e outra, Sutherland ja fez sucesso no início da carreira dele, eu sou fã de jovens demais para morrer, mas o grande papel da vida dele, pelo menos até agora, é 24 horas, tanto é que o ator mata e morre pelo seriado.
bom, é isso. bjaum
e ahh
te adoro
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Paulitcho,
O que eu disse é que todos os competidores estão nos papéis de suas vidas e ele não.
Não sou fã de 24, não por ser seriado de ação, já que eu os adoro, mas por ser absurda demais para mim, tipo explosão de trem no filme Missão Impossível em que cabelo não sai fora do lugar, mas a questão é que Sutherland teve ótimos e memoráveis papéis no cinema, você mesmo citou um, e se não decolou foi mais culpa da bebida do que por falta de talento.
Eu apenas acho que esse papel não exige tanto assim dele para que possamos dizer que ele sempre será lembrado por isso.
Beijos
Si
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ahhh
agora entendi, se bem que eu acho q vc nao poderia está mais enganada. Jack Bauer será para as próximas gerações, o que capitão Kirk, Spock, macgyver é para a nossa.
e sim, ele(Sutherland) teve um começo muito promissor, lembro de uns 4 filmes dele que assisti no começo de minha adolescência, e todos ótimos, lembro que na época eu costumava dizer que filme com ele era sinal de que o filme era bom.
Pra ser sincero, eu até acho que é difícil exigir de um ator em uma série com mta ação como 24 horas, mas ouvia mtas pessoas comentarem sobre a interpretação de Sutherland e resolvi reparar mais nisso nessa temporada. e é uma coisa absurda, ele realmente está a frente dos demais, e seria um forte candidato se a série não tivesse ido tão mal, porque imagina, a série nem chegou a concorrer ao emmy, e iriam premiar o seu ator? sendo que house foi super elogiada e nem precisamos falar da interpretação do Haurie, a mesma coisa com Gandolfini, que ainda tinha o fato de familia Soprano está encerrando. e o Spader é coisa de outro mundo, a frente de todos os demais, tanto ele como a série não tem o hype que House e Laurie, 24 horas e SUtherland tem, mas está sempre entre os melhores na lista dos mais entendidos do assunto.
Então, se Sutherland levasse o prêmio ficaria estranho pelo fato da série ter ido mal e premiando ele de certa forma estaria premiando a fraquissíma temporada, e todos os demais foram ótimos em seus papeis e as séries em si também foram super elogiadas.
Outra coisa, Spader também teve um início promissor, mas eu realmente gostaria de entender o que houve com ele, a interpretação dele como Alan SHore é coisa q pouco ator consegue, de cabeça, eu penso que Jhonny Deep conseguiria esta façanha, mas mto outros bons atores não. Então como alguem desse quilate como o Spader ficou tanto tempo sem brilhar? tpo, teve um começo promissor, depois sumiu por um bom tempo e retornou com Alan SHore que nem preciso falar como foi esse retorno. vc falou que Sutherland foi por causa da bebida, e Spader, o que houve??
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Si,
eu não gostei muito desse episódio.
Em compensação, o seguinte foi fantástico. Adorei a cena final, democratas/republicanos.
Abraços!
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Eu adorei esse episódio, o humor, Denny perturbando a história do Clerence e a da Denise, tudo! Mas que Sutherland é um ótimo ator e 24 é, se desconsiderarmos a última temporada, uma das melhores e mais inovadoras séries de hoje!
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Concordo contigo, Simone. O mais interessante foi o fato de ser um episódio mais denso, mais triste que o habitual. E os olhos marejados de Alan Shore na palavra final, foi marcante. Já escrevi que há 3 personagens marcantes pra mim, a despeito de tantos outros excelentes: House, Dexter e Alan Shore. O prêmio foi merecido e o episódio, excelente.
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Cesar,
Na sua lista só ficou faltando Charlie Crews, de Life.
Paulo,
Acho que, ao contrário de Sutherland que ainda acertou uns três filmes de maior sucesso, James nunca teve um blockbuster em seu currículo, em toda a sua carreira.
Ele ainda teve o azar de fazer parte de uma geração que teve muita gente que ficou só na promessa, com pequenos sucessos do tipo Pretty in Pink e The Beniker Gang. Ele, que é um super ator, acabou não conseguindo se destacar na época.
Dessa leva podemos citar: Eric Stoltz, Andrew McCarty, Emilio Estevez (que hoje é um excelente diretor alternativo), Judd Nelson, Rob Lowe, Ally Sheedy. Foi muita gente ao mesmo tempo.
Se formos pensar, mesmo Deep estourou muito tarde, ele já passou dos 40 e só hoje é reconhecido como bom ator.
Além disso, James acabou muitas vezes preferindo filmes alternativos, underground mesmo, vide sex, lies and videotape, ao invés de tentar filmes mais vendáveis.
Si