Cinema: Armadilha Explosiva

Não se engane pelo nome pouco inspirado, nesta quinta-feira, dia 16 de junho, chega aos cinemas nacionais, com distribuição A2 Filmes, o suspense francês Armadilha Explosiva e ele, definitivamente, merece a atenção dos fãs de thrillers procedurais.

Produzido pela mesma equipe do cineasta Luc Besson (O Quinto Elemento e Lucy), o longa francês entrega uma história simples, filmada inteiramente em apenas uma locação e ainda assim consegue nos manter presos na cadeira enquanto acompanhamos o drama de Sonia, uma especialista em desarmamento de bombas que se vê presa dentro do próprio carro na companhia de seu filho e da filha de seu namorado com uma bomba pronta para explodir a qualquer instante.

Em pouco mais de noventa minutos, somos apresentados à equipe com que Sonia trabalha em uma empresa privada de segurança que recentemente a realizou uma missão de desarmamento de minas na Ucrânia envolta em sigilo e desconfiança.

Enquanto seus colegas buscam um modo de desarmar a bomba – que tem duplo gatilho: além do timer, a mudança de peso no carro também pode detona-la – caberá a Thomas, seu namorado, e ao pessoal da segurança nacional tentar identificar quem teria motivos para o atentado.

O roteiro acerta em nos deixar em compasso de espera enquanto nos entrega informações soltas sobre a missão na Ucrânia, a relação de Sonia com o namorado e com seus colegas e sobre as investigações que tem sido feitas sobre o trabalho da empresa – cujo logo não por acaso também está na própria bomba usada pelo terrorista da vez.

Mas a escolha desta forma conta gotas de revelações também tem seu lado negativo: como é um filme curto, ela dificulta nossa conexão com os personagens, tudo acaba sendo muito superficial.

O filme é a estreia da diretora Vanya Peirani-Vignes no comando, que parece ter apostado suas fichas de que a natureza da situação – uma família presa em um carro prestes a explodir, uma mulher que vive sua vida sempre no extremo, sem saber se vai voltar para casa ao final do dia e de repente se vê nesta situação de vida e morte ao lado do filho – fosse suficiente para nos capturar.

A diretora é também responsável pelo roteiro juntamente com Pablo Baubetti e ela o imaginou após conhecer um pessoa cuja vida realmente é desarmar bombas e ter ficado fascinada pela ideia de uma profissão em que “o primeiro erro será também o último”.

Entre acertos e erros, mais acertos em minha opinião, Peirani-Vignes consegue sim entregar um filme onde a tensão é palpável e o espectador dificilmente consegue desviar o olhar antes de saber qual será o desfecho.

Além disso, o filme ganha um peso político diferente ao estrear quando a atenção da mídia mundial está na guerra entre Rússia e Ucrânia – produzido para estrear em 2021, o filme tem sim posição política quanto aos efeitos da guerra sobre o país.

 

Informações técnicas:

Direção: Vanya Peirani-Vignes

Roteiro: Vanya Peirani-Vignes e Pablo Barbetti

Elenco: Nora Arnezeder, Pierre Kiwitt, Edouard Montoute, Sara Mortensen

País e ano de produção: França, 2021

Gênero: Suspense, Drama

Duração: 90min (IMDb)

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

Deixe uma resposta