No sul da Índia, na região onde reside o grupo étnico tâmiles, vive Ganapathy, um homem pobre e alcoólatra movido por um sentimento de raiva inesgotável. Aos trancos e barrancos, ele decide sair em busca da esposa, que o deixou em virtude de seu comportamento abusivo e voltou ao vilarejo de sua família, e leva o filho pequeno nessa jornada.
Pedregulhos não é um filme fácil de ser assistido. Navegando pela paisagem árida da jornada de Ganapathy e seu filho, o que encontramos é um mar de silêncios, mágoas, agressões, miséria e desamor. Durante toda a narrativa, ficamos esperando por uma redenção, que parece mais distante a cada passo dos protagonistas em seus caminhos.
E se a função do cinema, da arte em si, é trazer um incômodo que faça refletir, Pedregulhos cumpre sua missão muito bem. Beirando o desagradável, o filme esfrega em nossa cara questões que nos tiram do nosso lugar de conforto. A vida miserável que vem da fome, a resignação diante de uma vida infeliz, a falta de esperança: tudo isso está lá e nos faz questionar nossos próprios privilégios.
Vencedor do Tigre de melhor filme no Festival de Roterdã, o longa é daqueles que permanecem conosco por dias, para o bem e para o mal.
Pedregulhos integra a 45ª Mostra de Cinema na categoria Novos Diretores. Acesse o site oficial e informe-se sobre sessões e demais títulos disponíveis.