Lisa está se mudando. Mara é a que fica. À medida que as caixas de mudança são transportadas, as paredes são pintadas e os armários são desmontados, abismos começam a se abrir na relação das duas, anseios ocupam os cômodos e uma montanha-russa emocional se coloca em movimento nesta fábula sobre mudanças e efemeridade.
Em ritmo cadenciado, A Garota e Aranha conta uma história sem maiores acontecimentos, onde tudo mora nos detalhes. A dinâmica da relação de Lisa e Mara não fica explicitada, nos é dado uma dica ou outra, mas no todo é tudo sobre o que achamos que está acontecendo, o pouco que sabemos.
Este ponto nebuloso na narrativa é, na verdade, seu maior trunfo, ao nos colocar atentos buscando por pistas.
Vencedor do Prêmio da Crítica e de melhor direção na seção Encontros do Festival de Berlim, o filme dos irmãos Zürcher é como uma dança, que com leveza nos envolve em uma trama comum, mas nada ordinária.
A Garota e Aranha integra a 45ª Mostra de Cinema na categoria Novos Diretores. Acesse o site oficial e informe-se sobre sessões e demais títulos disponíveis.