“Haverá um clarão na aldeia, muito forte, poderoso, e tudo irá mudar…”. Com uma narrativa de grande poder imagético, Um Forte Clarão traz uma história carregada de simbolismo, onde três mulheres diferentes buscam vencer a apatia do cotidiano em um vilarejo de uma pequena cidade rural.
Misturando ficção com documentário, o longa de estréia da diretora espanhola Ainhoa Rodríguez conta a história real de Puebla de la Reina, uma pequena cidade situada em Badajoz, Extremadura, na Espanha. Esquecidos pelo tempo, os habitantes de Puebla de la Reina são de uma geração mais velha e formam uma população aparentemente predestinada a se extinguir: não existem crianças, e os jovens vão embora tão logo quanto podem, em busca de melhores oportunidades. Assim, a cidade vive de lembranças e de costumes ancestrais, perdida sem espaço em um mundo cada vez mais globalizado.
Este é o cenário que temos em Um Forte Clarão, um filme gravado com um elenco de apenas não-atores, onde os personagens (estes fictícios) buscam encontrar alguma emoção que traga sentido em se estar vivo. Isa tem um gravador para registrar mensagens para si mesma para quando ela sumir ou perder a memória. Carmencita se sente prisioneira em sua casa repleta de imagens de santos e virgens. María está de volta ao povoado para lidar com sua viuvez. Três mulheres presas em uma realidade insossa, esperando que algo extraordinário aconteça, que um forte clarão as arrebate dali.
Carregado de melancolia, o filme nos leva para este lugar de apatia e nos entrega uma sensação de angústia da qual é impossível se desvencilhar, mesmo após os créditos terminarem de subir pela tela.
Concorrendo na categoria Novos Diretores, Um Forte Clarão compõe a 45ª Mostra de Cinema. Acesse o site oficial e informe-se sobre sessões e demais títulos disponíveis.
