Como um time de vôlei formado por trabalhadoras de uma tecelagem no Japão poderia se tornar a equipe mais poderosa e vencedora de todas? Essa é a história que o documentário As Bruxas do Oriente busca contar, trazendo a incrível jornada dessas garotas que, nos anos 50, com talento e esforço sobrenatural, fizeram o impossível.
A trajetória deste time de vôlei de Osaka é, em si, assombrosa: uma rotina de treino beirando o desumano as conduziu em uma trilha de vitórias que lhes rendeu quatro campeonatos mundiais e a chance de representar o Japão nas olimpíadas de 64, em outra performance nada menos do que histórica. O apelido de bruxa era para ser pejorativo, o talento das garotas tinha algo de mágico que despertava desconfiança no público e imprensa, mas no fim elas se provaram.
Misturando imagens inéditas da época, animações e cenas atuais de um reencontro das jogadoras, hoje na faixa dos 70 anos de idade, o documentário de Julien Faraut traz um olhar lisérgico para a trajetória das chamadas “Bruxas do Oriente”. Um exercício pop que segue a linha dos trabalhos anteriores do diretor, que também assina o documentário John Mcenroe: No Império da Perfeição.
Essa mistura confunde um pouco a narrativa, e por vezes sentimos que o documentário de Faraut se preocupa mais com linguagem do que com conteúdo: a história das garotas fica um pouco perdida no meio de tantos estímulos visuais.
Ainda assim, como resgate histórico e como peça de arte, As Bruxas do Oriente é uma ótima pedida. Dá para se divertir bastante e ainda descobrir todo um universo esquecido ao conhecer a história dessas meninas que mudaram o jogo com o poder da sua persistência, esforço e talento inquestionável.
Integrando a 45ª Mostra SP na categoria Perspectiva Internacional, As Bruxas do Oriente será exibido nos cinemas em apenas duas sessões, no Espaço Itaú de Cinema: no dia 01/11 às 21h20 e no dia 02/11 às 13h30. Para saber mais, acesse o site oficial da Mostra.