Cinema: Os Inventados

Se ideia é fingir, até onde vai a verdade e onde começa a invenção pura? E como diferenciar uma da outra, quando já se está envolvido demais? Buscando se aprimorar como ator, Lucas decide participar de um workshop de interpretação que propõe uma dinâmica inusitada: durante quatro dias, cinco alunos devem ficar isolados em uma casa distante de tudo, sem celular, fingindo serem outras pessoas.

Inseguro quanto aos seus próprios processos, o jovem embarca nesta jornada e se surpreende ao perceber que aos poucos o controle da situação vai escorrendo de suas mãos. A cada dia que amanhece no isolamento, um dos integrantes do workshop deixa de existir, sem deixar vestígios, e só Lucas parece perceber que algo estranho está acontecendo.

É neste momento que Lucas passa a questionar se é real o que está vivendo e quanto da sua “invenção” de uma nova personalidade está afetando de maneira factual a vida que ele tinha antes de começar o tal curso.

Em ritmo de suspense, Os Inventados envolve o espectador nos caminhos da imaginação de seu protagonista e faz com que a gente mesmo passe a questionar tudo, do outro lado da tela. Destaque para o final, com um plot twist daqueles de deixar o público de cabelo em pé. Só por ele, o filme já vale a pena.

 

Com direção de Leo Basilico, que assina também o roteiro, junto de Nicolás Longinotti e Pablo Rodríguez Pandolfi, Os Inventados é uma produção argentina que integra a 45ª Mostra SP, concorrendo na categoria Novos Diretores. 

Escrito por Tati Lopatiuk

Tati Lopatiuk é redatora e escritora em São Paulo. Gosta de romances em seriados, filmes, livros e na vida. Suas séries favoritas são Girls, The Office e Breaking Bad. Pois é.

Seus livros estão na Amazon e seus textos estão no blog.

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