Rodrigo já teve uma namorada, um filho e um lar. Mas perdeu tudo isso, e hoje um homem diferente tomou o seu lugar. Certo dia, ao amanhecer, ele aparece em sua antiga casa na intenção de reconquistar, no decorrer de um único dia, tudo o que perdeu. Mesmo que isso signifique machucar as pessoas que ama.
Trazendo um olhar cru e direto para o fim de uma relação, A Taça Quebrada nos convida a refletir sobre o ego masculino. Narrando a jornada de Rodrigo, temos o seu ponto de vista sobre uma relação que chegou ao fim, e da qual ele ainda não consegue se desligar, mesmo passados dois anos.
Ao insistir em subitamente fazer parte do dia do filho, Rodrigo cruza várias barreiras estabelecidas pela ex-namorada na separação, criando uma situação delicada que degringola em um crescendo à medida que as horas passam. Nada do que vemos ali é novo: um homem magoado por ter sido deixado para trás e usando o filho como desculpa para ainda estar presente na vida da mulher que ele abandonou.
Título que compete na categoria Novos Diretores da Mostra SP, A Taça Quebrada é uma jornada incômoda sobre a teimosia, ego e mágoa de um homem. Beirando o irritante em alguns momentos, o curto filme de Esteban Cabezas consegue trazer com muita fidelidade os percalços dolorosos do fim de uma relação e a dificuldade de lidar com isso, ainda mais quando existe um filho no meio dessa equação.
É daqueles filmes que você começa a assistir tendo raiva do protagonista, e termina se sentindo triste por todos.
Dirigido por Esteban Cabezas, que também assina o roteiro ao lado de Álvaro Ortega, A Taça Quebrada é uma produção chilena que traz em seu elenco Juan Pablo Miranda, María Jesús González, Moisés Angulo, Román Cabezas, Rodrigo Soto e Daniel Antivilo. O filme chega ao Brasil integrando a 45ª Mostra SP.
