Longe de estar morta, a boa e velha comédia tem se reinventado através do tempo com bastante sucesso. Pena que Jexi, Um celular sem filtro, cuja premissa é bem interessante, não seja um bom exemplo disso.
Phil (Adam Devine, que tem se firmado como um dos novos nomes da comédia) foi um garoto tímido que sempre teve no celular uma companhia – desde os tempos da cobra pixel a pixel – e se tornou um cara solitário que divide sua vida entre o emprego de “fazedor de listas” emu ma empresa de mídia e a dupla Netflix + Delivery em casa.
Após um acidente que leva a morte seu iPhone ele vê sua vida invadida por Jexi (voz de Rose Byrne), uma assistente eletrônica super eficiente, mas um tanto mandona e ciumenta.
Se você pensou em Her, delicado filme de 2013 que abordou a relação entre um solitário e sua assistente virtual, pode esquecer.
O longa de comédia, escrito e dirigido por Jon Lucas e Scott Moore (de Perfeita é a mãe e Se beber, não case), começa com ótimo ritmo e ótimas sacadas. Adam Divine está perfeito no papel desse cara com problemas para se relacionar e desesperado por atenção, enquanto Alexandra Shipp traz charme para Cate, a garota responsável pela morte do iPhone e pelo roubo do coração do rapaz, e ainda tem Wanda Sykes em uma ponta em que desfila seu humor ácido.
Jexi também se sai bem: cheia de si diz que é a melhor assistente do mundo e que irá melhorar a vida de Phil. Para logo em seguida o chamar de estúpido e resolver decidir as coisas por ele. E ela tem acesso a todas as suas contas nas redes sociais e acesso a suas contas bancárias e cartões de crédito, é bom lembrar.
O problema é que logo em seguida ele perde seu ritmo. Ao mesmo tempo em que a dependência que Phil tem de Jexi é familiar, e um pouco assustadora, o roteiro tem dificuldade em decidir no que está investindo e acaba não entregando nem a comédia romântica que poderia ser por causa da pressa (ou será que eu que estou descrente de “eu te amo” após apenas um encontro?), nem a crítica comportamental com que flerta boa parte do tempo.
Confesso que minha decepção principal foi com a parte do romance porque Devine e Shipp tem uma química sensacional.
Na parte final o filme parece reencontrar o ritmo e tem um desfecho satisfatório, mas eu ainda saí incomodada com sua superficialidade.
Por este motivo, talvez o filme funcione melhor em uma assistida descompromissada na telinha da TV, talvez eu não pertença ao público alvo dessa história (ainda que eu ache sinceramente que bons filmes transcendem faixas etárias).
O elenco ainda conta com a participação de Charlyne Yi e Ron Funches, que funcionam muito bem nos papéis de únicos humanos com quem Phil interage, e Michael Peña (o chefe moderno completamente sem noção das empresas moderninhas).
Jexi, um Celular sem Filtro (Jexi) é comédia sobre o que acontece quando a relação com seu celular se torna a mais importante da sua vida. Escrito e dirigido por Jon Lucas e Scott Moore, dos sucessos Se Beber, Não Case! e Perfeita é a Mãe!, o longa é estrelado por Adam Devine e estreia no Brasil nesta quinta, 05 de março, com distribuição da Diamond Films.
No longa, Phil (Devine) é viciado em seu celular, não tem amigos e sua vida amorosa é inexistente. Mas isso está prestes a mudar. Quando ele é forçado a atualizar o aparelho, o modelo mais recente vem com um recurso inesperado: Jexi (voz de Rose Byrne), um sistema de inteligência artificial que se torna companheiro e orientador de Phil. Com sua ajuda, ele começa a viver a vida real. Mas, à medida que se torna menos dependente de seu telefone, Jexi se transforma em um pesadelo tecnológico, determinado a manter Phil sozinho, mesmo que isso signifique arruinar suas chances de encontrar o sucesso.
No elenco também estão Alexandra Shipp, Wanda Sykes, Michael Peña e Justin Hartley.
