Ainda que, no momento da promessa, os garotos do Clube dos Perdedores tenham sido sinceros, nenhum deles esperava ter de boltar a Derry 27 anos depois de terem lutado contra Pennywise. O chamado parte de Mike (Isaiah Mustafa, antes Chosen Jacobs), que nunca deixou a cidade, quando o desaparecimento de uma criança e a morte de um adulto o alertam de que o terror por ter voltado.
Afastados de Derry, Beverly (Jessica Chastain, antes Sophia Lillis), Bill (James McAvoy, antes Jaeden Martell), Richie (Bill Hader, sensacional, antes Finn Wolfhard), Ben (Jay Ryan, antes Jeremy Ray Taylor), Eddie (James Ransone, antes Jack Dylan Grazer) e Stanley (Andy Bean, antes Wyatt Oleff), pouco lembram dos acontecimentos daquele verão dos anos noventa e com certeza não imaginam o que vão encontrar ao retornar à cidade.
It – Capítulo Dois mescla o tempo presente e cenas do passado já que, para venceram o palhaço assassino, precisarão recuperar todas as memórias perdidas, em velocidade alucinante. As quase três horas de filme não são sentidas – ainda que claramente ele perca entusiasmo em seu terço final.
Se a comparação com o antecessor é impossível de ser evitada e ele perde por pouco, o filme conta com a vantagem de já fazermos parte do Clube dos Perdedores quando o confronto começa, de estarmos realmente conectados com os personagens.
Já a novidade necessária fica com uma participação bem especial e pelo tom ainda mais pessoal dado aos desafios dos personagens – eles precisam enfrentar Pennywise e seus demônios pessoais também.
Ajuda, também, o fato de elenco adulto ser perfeito. Não somente fisicamente – as cenas que sobrepõe os rostos dos atores que interpretam as diferentes fases dos personagens não deixam dúvida quanto a isso -, mas pela forma como esses atores assumiram seus papéis, com destaque especial para Bill Hader, simplesmente brilhante como Richie, e para James McAvoy, mais uma vez mostrando o quão versátil é.
Claro que o fato de todos funcionarem tão bem é mérito também da direção de Andy Muschietti, tão precisa quanto no filme anterior.
Particularmente eu não achei esta segunda parte tão assustadora quanto a primeira, mas o roteiro aqui usa bem mais dos “jump scares” com as versões mais horríveis do palhaço assassino e conta com sequências de tensão que te prendem na cadeira – destaque para a sequência no parque de diversões, local aterrorizante por si só, e a sequência final.
It – Capítulo Dois honra a obra que o inspirou ao continuar apostando na amizade de seus personagens e em sua força para conduzir a história – caso você ainda não tenha percebido, as obras de King não são boas como são porque nos aterrorizam, mas porque tem personagens com os quais realmente nos conectamos – sem decepcionar quem quer uns bons sustos.