History Channel: Project Blue Book

Considerando que a história real que inspira Project Blue Book é dos anos 50 e que o interesse por teorias sobre extraterrestres (e conspirações) é enorme, apenas estranho o fato da série não ter acontecido antes. Concordam?

A produção do A+E Studios, com produção executiva do vencedor do Oscar e Globo de Ouro Robert Zemeckis, é baseada na história de  J. Allen Hynek que trabalhou junto à Força Aérea dos Estados Unidos na investigação de denúncias do público de acontecimentos que poderiam ser atribuídos à presença extraterrestre. O Project Blue Book, como foi chamado, foi o quatro e último projeto do tipo – ou último divulgado – tendo sido encerrado nos anos 70.

Ao longo dos vinte anos em que foi mantido foram recolhidos 12.618 indícios, dos quais concluiu-se que a maioria deles eram interpretações equivocadas de fenômenos naturais (nuvens, estrelas, etc) ou aviões convencionais, muitos foram considerados fraudes e 701 casos – aproximadamente 6% – foram classificados como inexplicáveis.

Em cada um dos dez episódios da primeira temporada – a série já foi renovada e a segunda está em produção – acompanhamos o doutor Josef Allen Hynek (interpretado por Aidan Gillen) e o capitão Michael Quinn (Michael Malarkey) investigando os casos que chegam de todo o país. O contraponto entre os dois protagonistas torna tudo mais interessante – e sim, lembra bastante X Files – já que Hynek não se permite encerrar qualquer investigação na primeira explicação absurda e Quinn vive dividido entre sua curiosidade e os limites impostos por seus superiores.

Sim, claramente os líderes do projeto dentro da Força Aérea – os generais Harding e Valentine (interpretados de forma bastante eficiente por Neal McDonough e Michael Harney, respectivamente) – preferem que nenhuma caso vá muito longe e que todas as explicações sejam bastante terrenas, além de guardar segredos escondidos em um galpão da área 51. Do lado oposto temos um grupo de homens com chapéus negros que pouco revelam, mas estão muito interessados no trabalho de Hynek – a ponto de se aproximarem da família dele em busca de informações.

Claro que a relação entre os aparentes opostos cresce episódio a episódio com vários momentos de conflito e a fórmula funciona bem, ainda que não seja nada inovadora, você apenas precisa esperar dois ou três episódios para que a coisa esquente (no começo falta um pouquinho de química).

Ah, a ação também aumenta ao longo da temporada e sustos estão garantidos.

Com um elenco redondinho e a ambição de contar de forma interessante um pedaço da história um tanto esquecido (ou obscurecido pelas muitas teorias paralelas), o drama que estreia nesta sábado no History Channel entretêm, tem boa doses de suspense e agradará e muito aos fãs de ficção científica órfãos de X Files e Fringe.

Na estreia, as 22h30, o History Channel exibe dois episódios na sequência: em A Batalha de Fuller, o astrofísico de Ohio Allen Hynek é recrutado pela Força Aérea para participar de um programa secreto que investiga óvnis, chamado Projeto Livro Azul. Junto ao Capitão Michael Quinn, ele investigará o caso de um piloto militar que sobreviveu a um combate aéreo contra uma nave alienígena.

Em seguida, em O monstro de Flatwoods, o Dr. Hynek e o Capitão Quinn viajam a West Virginia para investigar o caso de uma mulher e seus dois filhos, que presenciaram um disco voador cair perto de seu sítio e viram quando saiu um extraterrestre de seus destroços. O que eles dirão quando forem entrevistados?

 

 

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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