Terceira temporada de Rotas do Ódio vai mais fundo na abordagem da cultura de preconceito e racismo

Por que consumimos cultura? Livros, séries, filmes, quadros, tem esse poder de nos transportar para outro lugar quando a realidade nos dói. Eles nos oferecem uma pausa quando a vida parece pesada ou difícil. E eles também nos permitem viver a vida de outras pessoas, e outros mundos, enfrentar nossos fantasmas e entender dores que não são nossas.

Tenho pensado bastante nisso quando facilmente me vejo mais próxima de terríveis realidades distópicas usadas por obras de ficção científica para drama e ação. E especialmente as produções para a televisão tem sido felizes em mostrar futuros horríveis muito muito próximos da gente – nada de futuros distantes, mas apenas alguns anos a frente.

Mas, indiscutivelmente, uma das funções mais importantes dessas produções é nos fazer refletir sobre o hoje e sobre o que podemos fazer de diferente para não chegar a estes futuros de que falei acima. Nos fazerem enxergar o que está errado e, ao vermos essas dores que não são nossas, estarmos mais dispostos a nos posicionar e defender o que é certo.

Na última quinta-feira, 1º de agosto, tive a oportunidade de conferir o primeiro episódio da terceira temporada de Rotas do Ódio, que estreia neste domingo, dia 4 de agosto, às 23h, no Universal TV.

Para quem ainda não teve a oportunidade de conferir a série, produção nacional da parceria com a NBCUniversal e Modo Operantem, ela é indicada para os fãs de série policiais (especialmente fãs da franquia Law&Order).

No centro da trama temos Carolina Ramalho (Mayana Neiva), delegada da DECRADI (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) na cidade de São Paulo. Em seu dia a dia, a equipe de policiais por ela liderados lidam com crimes cuja causa estaria ligada ao preconceito.

A nova temporada já se inicia tensa, com a equipe investigando a morte de duas imigrantes bolivianas que trabalhavam de forma análoga a escravidão. As pistas levam até uma ocupação no centro da cidade e colocará Carolina em contato com Miguel Lamar (Samuel de Assis), um advogado angolano enviado pela ONU para ajudar os refugiados que chegaram ao país.

E já no contato inicial Carolina dependerá da ajuda do advogado para acalmar os moradores, após um de seus policiais atirar em um homem que, a despeito das suspeitas de envolvimento com crimes, ajudava os locais em diversos assuntos.

O clima esquenta quando a arma não é encontrada e, além do efeito no local, poderá complicar as coisas para a DECRADI, que parece sempre estar na mira da secretária da polícia como mais causadora de problemas que trazendo soluções.

Após assistir ao episódio, pudemos ter um papo com o elenco e com a criadora e diretora geral da série, Susanna Lira. Susanna comentou que a nova temporada mostrará um lado mais humanos dos personagens principais e, também, abordará o cenário atual em que a intolerância parece maior, bem como facilmente identificamos a proliferação de discursos de ódio nas redes sociais.

“Desta vez, os agentes da DECRADI precisam olhar o outro de frente, ter empatia. A série traz conversas muito fortes, e busca que cada um se sensibilize com isso e passe a enxergar as pessoas de uma maneira diferente”, destacou Susanna.

Paulo Barata, CEO da NBCUniversal Networks International Brasil, falou sobre a imensa relevância da série e da alegria que sente pela programadora estar inserida neste trabalho, que traz um propósito.

Rotas do Ódio é uma produção da Panorâmica em coprodução com a Modo Operante e a NBCUniversal International Distribution, escrita por Susanna Lira (“Torres de Donzelas” e “Mussum, Um Filme do Cacilds”), Marcos Borges e Bruno Passeri, com consultoria de Bary Schkolnick (“The Good Wife”, “Law & Order”). Vinícius Reis (“Noite de Reis” e “Montanha-Russa”) dirigiu a temporada.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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