É impossível para Rocketman escapar das comparações com Bohemian Rhapsody. Os dois filmes contam a história de um grande artista do rock britânico. Artistas talentosos que enfrentaram o vício em álcool e drogas, a depressão, a dificuldade de lidar com a própria sexualidade. Os dois filmes usam a música para contar suas histórias.
E os dois compartilham o mesmo diretor: Dexter Fletcher, aqui o criador que sabia claramente como queria contar esta história, lá o homem que apareceu para finalizar as coisas quando o diretor original deixou o barco e nem foi creditado.
Bom, pelo paragrafo anterior você já pode imaginar qual dos dois se saiu melhor quando comparados – nem é possível comparar, na verdade.
Rocketman evoca os antigos musicais de Hollywood – e a persona de Elton John permite isso como poucas – abusando da teatralidade, enquanto mantém certa inocência. O filme é mais divertido, mais imaginativo, as músicas são melhor usadas e o roteiro mais coeso. Além disso, ele é mais corajoso: o retratado disse que não gostaria de ver uma história em que apenas o bonito aparecesse, em que ele fosse um herói, então vemos o momento em que ele afunda, suas imperfeições e falhas.
O filme se inicia com Elton John entrando por um corredor em um de seus looks coloridos e exagerados – um diabo alaranjado com asas de anjo – e se dirige ao que nos parece uma reunião de um grupo de apoio a viciados. Quando questionado porque está lá, ele nos conta sua história.
Os flashbacks nos apresentam a um garoto tímido buscando a aprovação do pai que um dia simplesmente tecla o piano da sala, para a surpresa de sua mãe e avó, e a partir de então não consegue imaginar outro futuro que não seja na música. O começo incerto o levaria até um encontro com Bernie Taupin. A música de um e as letras do outros ganhariam as rádios, venderiam milhões de discos e tornariam Elton um dos rostos mais conhecidos do mundo – sempre acompanhado de algum bizarro e maravilhoso modelo de óculos.
Eu diria que Rocketman é, em verdade, um filme sobre essa amizade, mas ao escrever isso percebo que tive essa impressão justamente porque ela é tão importante na vida de Elton, em sua história, quanto o piano e os óculos coloridos.
Já para o filme a escolha do elenco – absolutamente soberbo, todos eles, inclusive os dois atores que interpretam Elton menino e adolescente – e o uso das músicas não em sua ordem cronológica, mas para contar a história, cada uma delas colocada no exato momento em que seu significado seria mais significativo, são o que torna tudo mágico.
Rocketman é a história de Reginald Dwight “matando a si mesmo para poder ser a pessoa que quer ser” e descobrindo, no caminho, que apenas por causa de Reggie é que Elton existe.
Dirigido por Dexter Fletcher, Rocketman é uma fantasia musical épica sobre a incrível história da carreira de Elton John. O filme mostra a fantástica jornada de transformação do tímido garoto e pianista prodígio Reginald Dwight no superstar internacional Elton John, uma das figuras mais icônicas da cultura pop.
Além de Taron Egerton no papel de Elton John, o elenco estrelar conta com Jamie Bell, interpretando o compositor parceiro de longa data de Elton John Bernie Taupin, Richard Madden, como o primeiro empresário de Elton, John Reid, e Bryce Dallas Howard, como a mãe de Elton, Sheila Farebrother.
#Rocketmanofilme chega às telas nesta quinta-feira, dia 30 de maio, e merece ser visto na maior tela possível.