Cinema: Hotel Artemis

Considerando os riscos envolvidos ao se optar por uma carreira como ladrão, assassino ou traficante, não parece tão absurdo assim que alguém pense em um ambiente seguro para que eles sejam tratados, que não seja os fundos de um consultório veterinário ou algum buraco com um médico sob a mira de uma arma.

Tanto não parece absurdo que não é a primeira vez em que essa ideia é usada em uma obra de ficção (eu ainda fico aqui questionando o quanto é ficção) e é usada em Hotel Artemis, que segue o modelo privado de seguro de saúde: você precisa não somente fazer seus pagamentos mensais, mas comprovar seu “meio de vida” e seguir as regras.

Ninguém entra armado, nada de policiais, nada de insultos, sem violência e todos usam codinomes relacionados aos quartos que ocupam.

A história se passa em um futuro próximo, mais ou menos 10 anos a frente, quando a crise financeira foi sucedida por uma crise de recursos naturais e as ruas foram tomadas pela violência. Para ser mais exata: o centro da cidade onde o hotel se localiza está metade em chamas, metade tomado por um protesto por conta do valor da água.

Confusão do lado de fora e lotação máxima do lado de dentro.

Quem administra o Hotel Artemis é A Enfermeira (Jodie Foster), auxiliada por Everest (Dave Bautista), cujo apelido acredito estar mais relacionado ao seu tamanho do que a estadia.

Hospedados em tratamento temos Waikiki, dois irmãos após um mal sucedido assalto (Sterling K. Brown e Brian Tyree Henry), Nice, uma assassina internacional (Sofia Boutella) e Acapulco, um contrabandista de armas (Charlie Day).

Antes que a noite termine o Hotel ainda terá a visita não prevista de uma policial (uma regra sendo quebrada), uma tentativa de assassinato (outra) e pessoas armadas (opa).

Escrito e dirigido por Drew Pearce (roteirista de Missão Impossível – Nação Secreta e Homem de Ferro 3, que estreia aqui na direção de longas), Hotel Artemis é um thriller de ação que tem o clima de Cães de Aluguel com uma tentativa de atualização no humor e bebe bastante na fama de John Wick…  E talvez aqui more seu principal problema: ele é quase um John Wick, mas com um final menos charmoso.

Os personagens são interessantes e os dois primeiros atos do filme funcionam muito bem, a trilha é bem escolhida, e temos três cenas de ação muito bem ensaiadas e empolgantes, mas em algum momento o roteiro se perde, como se tivesse pressa em encerrar o assunto.

Do outro lado, temos Jodie Foster magistral em seu papel (propositalmente envelhecida com maquiagem), Sterling K. Brown trabalha bem e Jeff Goldblum em uma participação especial. E eu já falei para vocês das ótimas cenas de ação? Ah, o terço final pode diminuir o charme, mas a conclusão é ótima.

Estrelado por Jodie Foster como A Enfermeira, Hotel Artemis ainda tem no elenco Sterling K. Brown, Jeff Goldblum, Dave Bautista e Sofia Boutella., direção e roteiro de Drew Pearce e chega aos cinemas nesta quinta, 13 de setembro, com distribuição da Diamond Films.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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