Não escrever é fácil. Essa é a conclusão depois de ficar dias sem voltar aos blogs depois de dizer que eu estava repensando tudo. Várias vezes eu abri o painel dos blogs pensando no que escrever, ou tive aquela ideia perfeita de texto na cabeça bem na hora que eu a encostava no travesseiro. Não escrevi, mas não os abandonei, estou aqui trabalhando nas mudanças, pensando no layout novo, vendo como trazer o conteúdo todo do outro blog de lá para cá, tentando simplificar o que for possível.
E também vendo muito seriado e muito filme. E fazendo um curso de caligrafia em casa. E comecei um bujo (o tal misto de agenda + controle de tarefas + diário + mais colar coisas bonitinhas que dá a desculpa perfeita para comprar canetinhas coloridas e marcadores de texto como se eu fosse uma adolescente).
A leitura anda um tanto prejudicada: em janeiro encarei 20.000 Léguas Submarinas de Júlio Verne por conta de um dos Clubes de Leitura que participo e demorei mais de 20 dias para terminá-lo. Eu não lembro da última vez em que levei tanto tempo para terminar um livro!!! Querido Verne, o senhor era realmente criativo e tinha a mente a frente do seu tempo, mas não precisava descrever cada espécie de peixe e planta e pedra que o personagem encontrava pelo caminho.
Do outro lado: assisti a 24 filmes em janeiro (algumas reprises), ainda que no cinema tenha visto apenas Jumanji, que amei de verdade!!!
Finalmente vi as adaptações de O Quarto de Jack (prefiro o livro, ainda que ele seja imensamente angustiante) e de Millenium (a americana, que diz o marido não perder nada para a sueca, e que mantém o mesmo final que parte meu coração).
A nova animação da Disney, Viva, já saiu em desvantagem porque no trailer já parecia demais com Festa No Céu (The Book Of Life), e acabou perdendo mesmo, ainda que tenha doçura e seja muito bonito.
Não são tão ruins quanto todo mundo disse no lançamento: A Grande Muralha e o Homem Duplicado (mas não gostei do final deste). As grandes surpresas que indico: Convidados Sem Honra, Ange e Gabrielle e Money Monster.
Esperava mais: A Bela e a Fera (mesmo amando o os personagens secundários) e A Garota Dinamarquesa (ainda que Eddie Redmayne esteja soberbo).
Da semana: vocês assistiram ao lançamento do Falcon Heavy? Ficaram arrepiados quando Life In Mars começou a tocar e o painel mostrava “Don’t Panic”? E tiveram a impressão de que, quando os propulsores voltaram, alguém tinha rebobinado uma fita de tão perfeito que foi o pouso?
(Não sabem do que estou falando? Elon Musk é o empresário americano por trás do mais eficiente veículo elétrico de hoje, o Tesla, e dono da empresa SpaceX, pela qual quer realizar seu sonho de enviar pessoas ao espaço com passagens de ida e volta e colonizar Marte. Nesta semana ele deu o mais visível passo neste sentido com o lançamento do foguete Falcon Heavy. O foguete em questão está levando até a órbita de Marte um carro Tesla com um manequim dentro, que será solto por lá e passará a girar em volta do planeta. Os lançadores já retornaram a Terra, pousando nos lugares predeterminados, e, graças a isso, se abre um mercado mais barato para o lançamento de satélites e outros ao espaço. A empresa também tem trabalhado em foguetes menores.)
Eu fiquei só imaginando como foi quando o homem pisou pela primeira vez na Lua e as pessoas assistiam pela TV em suas casas, famílias reunidas. Eu revi o lançamento duas ou três vezes e depois fiquei com as imagens do Spaceman rolando na TV enquanto trabalhava.
Ainda que seja tudo ciência e tecnologia, para mim o momento foi mágico – ou teve o mesmo encantamento que a magia.
Sim, no dia seguinte, hoje ainda, tinha gente falando da inutilidade de se lançar um carro com o manequim ao espaço no Twitter e eu só consigo pensar nas “inutilidades” da ciência que nos trouxeram até aqui. Melhor exemplo: o próprio Twitter é um derivado da pesquisa espacial que hoje faz parte de nosso dia a dia.
Mas são tempos obscuros esses em que tem gente defendendo que a Terra é plana e que matam macacos por medo de doenças.
Ah, mas tem gente que coloca o Musk em um pedestal e ele é só um empresário. Moramos em um país em que políticos – P-O-L-I-T-I-C-O-S – são colocados em pedestais, então tratar como ídolo um empresário que tem trabalhado no avanço da ciência (enquanto governos tiram verbas da ciência e da educação) nem me parece tão ruim assim. No mundo ideal lembraremos que ninguém é perfeito, inclusive a gente.
E já que falei de tecnologia: já perceberam o tremendo preconceito quando falamos que algo veio da China? A ironia é que hoje em dia praticamente tudo que usamos foi feito lá ou tem seus componentes feitos lá, inclusive aqueles celulares de preço absurdo com logotipo famoso.