Criminal Minds: Lucky Strikes (13×05)

“Eu gosto de virar as coisas de baixo para cima para ver imagens e situações de outra perspectiva” – Ursus Wehrli.

Se você não conseguiu entender direito porque o caso investigado nesta noite despertou tantos sentimentos ruins em Garcia não se sinta culpado. Ao contrário da facilidade que o roteiro quis transmitir em ligar as coisas, para mim foi bem complicado lembrar que Ferell era o assassino que a equipe estava investigando no episódio em que Garcia acabou levando um tiro na porta de sua casa.

O tiro, o medo, a tristeza, o jeito que a equipe ficou, o rosto do homem que atirou em Garcia ainda continua vivo na memória, mas Ferell simplesmente tinha sido apagado. Não somente porque falamos de uma trama da terceira temporada, mas porque ele não é memorável como alguns outros que vimos ao longo de tantos anos – e vamos combinar: fazem 10 anos, gente, são 240 assassinos depois.

E, aqui entre nós, é provável que daqui a alguns anos eu também não lembre de seu retorno nesse episódio aqui.

Afinal essa história de arrumar um “amigo” para começar a cometer os mesmos crimes na tentativa de ser inocentado pelos anteriores é estratégia já bastante batida nas séries policiais. O que a gente não consegue entender é como um cara que matou tantas garotas antes consegue ser liberado de boa do sanatório para passear por aí.

Quero crer que os roteiristas tenham usado de “liberdade criativa” aqui. Isso porque, pelo que eu saiba, esse negócio de liberdade por insanidade está bem longe de ser liberdade. Eles passam o resto da vida institucionalizados e o controle chega a ser maior que em algumas cadeias. Só posso achar que a responsável pelo instituto aqui era bem relapsa.

Em segundo lugar, quero crer que uma cidade pequena, que até hoje não superou a morte de 13 garotas, não aceitaria tão facilmente o assassino andando pelas ruas como se nada tivesse demais.

Toda a história, na verdade, pareceu ter sido colocada apenas com a intenção de ter tirado Garcia do prumo e assim justificar a visita de Morgan – que está em outra série do canal e aí eu acabo achando que foi uma maneira de lembrar aos fãs de Criminal Minds disto.

Ver Garcia e Morgan juntos é sempre gostoso. Mas o toque de irrealidade também passou pela trama: alguém acha que o FBI ia mesmo deixar a sala do Morgan intocada apenas para que Garcia pudesse passar um tempinho lá pensando no amigo?

Talvez seja apenas eu sendo um tanto cricri com a série – talvez por ter enxergado um começo de temporada promissor que agora não se mantém -, mas Lucky Strikes é bastante esquecível.

“Pessoas gostam de dizer que o conflito é entre bom e mau. O verdadeiro conflito é entre verdades e mentiras.” – Don Miguel Ruiz.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

7 Comentários


  1. Pra mim pelo menos é um dos melhores da temporada. E simplesmente por tocar nesse assunto do tiro esquecido durantes anos (pelo que vi pelos episódios porque comecei a ver esse ano) e por o 3×09 ser o meu preferido ever. se eu esperava mais do Reid e da Emily esperava sim. acho que a JJ e o Rossi e o Luke (#Garvez até o fim) foram os unicos que deram realmente alguma importância porque o Reid nem se manifestou sobre aquilo e Emily ficou tipo sem emoção. Até o Simomms deu alguma atenção para aquilo Tara nem comento pq eu não consigo sentir ou deixar de sentir algo dela. esperava que tratassem com algum respeito porque foi um dos episódios mais sensiveis em termos de hospital que já vi na série. E sim eu senti uma falta do Hotch nesse episódio que nem consigo expressar. Emily não sabe comandar a equipe e ponto. Só assisto mesmo por causa da Penelope.

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    1. Any, é diferente para você, que começou a assistir a série neste ano, e para quem viu esse episódio há 10 anos, não tem como comparar. O que aconteceu com Garcia com certeza fica marcado (e sim, a trama da tentativa de assassinato dela é uma das melhores da série), mas esperar que a gente lembre de Ferrell? Ainda mais considerando que todo o foco a partir do tiro fica desviado para a trama de Penélope? É exigir demais de qualquer um.

      Emily sempre tem a mesma cara, isso é um problema, tanto que nunca consegui me afeiçoar de verdade a personagem e não vibrei com a sua volta, como outros fãs da série.

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      1. Revi o caso ferell nesse episódio e achei meio pombo esse canibal voltar tanto que eu já saquei de cara que ele tava Armando. Seria legal um episódio só para a Penélope mostrar tudo que ela guardou durante esses anos. Tipo que se focasse totalmente no SEPT dela assim como fazem com os outros. Garcia tem tanta história guardada com ela. Eu só consigo ter uma experiência completa lendo fanfics e escrevendo também. Ferell voltar a essa altura não colou. A indiferença do Reid foi o que mais me magoou nesse episódio. E aquele “Legal” do Luke acendeu ainda mais o meu ship.

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  2. Também tive que me esforçar pra lembrar do caso Ferrell. Sou só eu ou alguém mais acha que o Derek ainda vai voltar a fazer parte da equipe? Está parecendo com a Emilly: foi embora, fez algumas participações e depois voltou.

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  3. Ainda espero que tragam Jack Garrett para a série. Não peguei exatamente a época de CSI NY apesar de ver as reprises diárias no AXN mas eu sempre gostei do Gary Sinise.

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  4. Caramba, que pena que não gostaram dessa ideia de voltar episodios antigos nas temporadas mais recentes, eu adorei a ideia, apesar de no caso desse assassino ser surreal ele sair do hospicio. No mais, o restante da temporada, e acho que mais ainda a 14, trabalha muito bem esse negócio de reviver episódios antigos, e achei o máximo porque só fui ver os antigos recentemente, então era bem legal ver e pensar, isso vai desencadear problema x na 13 temporada hahaha.
    E gosto dessas ultimas temporadas e como trabalham em cima dos personagens e suas histórias pessoais…A história da JJ e sua irmã foi a que mais me emocionei, é incrível reparar como ela é apegada a corrente no pescoço desde 10 anos antes, pra apresentar o porquê só depois.
    Eu tinha desanimado acompanhar as temporadas seguintes, o ápice foi “Entropy”, depois desandou um pouco, mas essa abordagem acabou me prendendo até o final. Agora resta esperar a 15 temp. pra finalizar 🙂
    Pena que muita gente não sobreviveu aqui kkk 😀

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