CCXP17, aquela com as filas épicas

Não achei outra frase melhor para usar no título deste texto, afinal é disso que mais se fala na página do evento no Facebook ou entre as pessoas que tiveram a oportunidade de visitar a quarta edição daquele que se tornou o programa favorito de todo nerd. Filas e a lotação dos corredores, mesmo na quinta, dia em que, nos anos anteriores, era possível andar com algum sossego e aproveitar melhor as experiências oferecidas pelos expositores.

A organização das filas de entrada também parece ter irritado alguns: ainda que tenha sido ótima a ideia de separar em locais diferentes as filas para quem já tinha sua credencial e quem não tinha, a decisão de levar a entrada para o prédio garagem fez com que as pessoas andassem mais para entrar no pavilhão. Particularmente não considerei isso um problema, admito que as coisas foram menos confusas, mas eles ainda não acharam a solução ideal para as filas. Talvez simplesmente fazer filas nos vários portões de entrada do espaço, diretamente, seja uma opção a ser testada no futuro.

Dos problemas das edições anteriores alguns se mantiveram: a falta de lixeiras nos corredores e locais para sentar e descansar que não fossem na praça de alimentação.

Dentro do espaço as filas continuaram sendo um problema: se na quinta e na sexta era preciso por volta de uma hora para participar de alguma experiência em estandes dos estúdios de TV e cinema, no sábado os relatos são de 4 horas para tirar apenas uma foto em um cenário especial ou participar de uma experiência em realidade virtual. As filas na loja oficial do Harry Potter eram as piores, já batendo 4 horas de espera na quinta feira.

Confesso que eu, que no ano passado consegui entrar nos estandes e participar das experiências da HBO, Warner e FOX, neste ano nem tentei. Tirei uma foto do Impala, que queria muito, fora da área cercada mesmo, e olhe lá. O fato destes estandes, mais o do Omelete, DC e Disney estarem concentrados em uma mesma área do evento não ajudou em nada, após as cinco da tarde transitar naquele pedaço era uma missão quase impossível.

A FOX fez uma ação de distribuição de broches dos Simpsons que fez muita gente andar. E pegar fila. Em horários específicos em diferentes estandes da feira, uma Marge bastante simpática entregava diferentes broches com estampas da família amarela. A cada horário um broche diferente, sendo preciso pegar a fila 6 vezes para conseguir todos. Se as filas do começo da tarde eram sossegadas, a medida que as pessoas tomavam conhecimento da distribuição, elas ficavam cada vez maiores.

No centro da arena o Artists’ Alley continuou sendo o melhor lugar da feira, permitindo que mais pessoas conheçam o trabalho dos quadrinistas nacionais, mas novamente a falta de planejamento causou transtornos: artistas mais conhecidos foram colocados nos centros das fileiras, a frente de suas mesas filas enormes, que dificultavam o acesso das outras pessoas às mesas próximas.

Próximo do Artists’ Alley, no lado oposto ao dos estandes dos estúdios, Netflix e Maurício de Souza Produções dominavam a vista.  A Netflix de novo ofereceu muitas opções para os fãs de suas séries, para alguns era possível pegar senha para participar e assim evitar horas de fila, mas ainda assim as coisas não estavam fáceis.

Neste ano a CCXP ofereceu um novo tipo de pacote, o EPIC, que permitiu aos seus compradores entrar nas feira uma hora antes dos demais todos os dias. Algumas das experiências da Netflix já tinham a senha esgotada quando os demais entravam na arena. O término dos brindes antes do final dos dias também foi uma constante. Amigos que foram apenas no domingo reclamaram mais ainda: o horário da feira iria até as 20h00, mas mais de um estande encerrou suas atividades no final da tarde.

Entre os compradores do pacote EPIC a reclamação foi que essa hora a mais, muito bem paga, não foi tão útil assim, já que nesse período disputaram lugar nas filas com expositores e credenciados da imprensa.

O acréscimo de novos auditórios em local diferente do principal com certeza foi um ganho, mas o mesmo esquema de fila única, em que as pessoas que primeiro entraram garantiam seu lugar no auditório pelo restante do dia enquanto os que ficavam na fila não tinham garantia nenhuma de conseguir entrar (o auditório não é esvaziado, então a fila só volta a andar quando alguém sai, como os melhores painéis acontecem a noite é comum a pessoa passar o dia no auditório, muitas vezes em painéis que nem lhe interessam, enquanto outros passam o dia na fila do auditório), continua péssimo. A falta de telões mostrando o que acontecia nos auditórios também foi sentida – nas praças de alimentação seria um ganho e tanto.

Senti muita falta, também, dos estandes das lojas menores e achei terrível a opção que os maiores tiveram de fechar seus estandes – o da Warner no ano passado, todo aberto, era tão legal!! – impedindo que quem passasse pelos corredores tivesse a oportunidade de ver as experiências. Olhar em volta e ver apenas paredes com logos e pessoas e mais pessoas nas filas tirou parte da graça.

Nas lojas os colecionáveis mais disputados desapareciam rapidamente na primeira hora de cada dia e a impressão geral foi a falta de coisas novas: tirando a Riachuelo, que lançou uma coleção Geek respeitável, o que se encontrava eram as mesmas camisetas do ano passado e Funkos do Harry Potter, Liga da Justiça, Marvel e Star Wars. Para conseguir comprar três bonecos de Supernatural foi preciso passar por todos as lojas da feira e procurar muito.

É uma pena que, depois da notável melhora que o evento teve entre sua primeira e terceira edição, a impressão geral seja que o evento ficou menor, a despeito de terem sido vendidos mais ingressos – mais caros, o que faz com que esperemos mais.

Claro que nem tudo é horrível e sei que quem foi pela primeira vez deve ter ficado encantado, mesmo eu, lá dentro, fiquei: os cosplays são uma atração por si só e são demais os improváveis encontros nos corredores com personagens queridos e, no caso dos mais novos, com seus ídolos do YouTube.  Como eu disse, passar pelas mesas do Artists’ Alley e gastar dinheiro com essas pequenas obras de arte é prazeroso. Neste ano, ainda, pude levar meu sobrinho adolescente pela primeira vez, um apaixonado por animes, e eu me divertia só de ver o deslumbramento dele.

Se irei ano que vem? É muito provável. Mas já torço para que eu possa, assim como no ano passado, ter mais coisas boas para contar do que pontos negativos.

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Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

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