Liam Neeson está de volta às telonas com o drama político Mark Felt – O Homem que Derrubou a Casa Branca. O longa, lançado no Festival de Toronto desse ano, conta a história real de William Mark Felt, agente do FBI que ficou conhecido por desmantelar o governo Nixon.
Quem sabe uma história não muito lembrada por aqui, Mark Felt, sob o codinome “Deep Throat” (Garganta Profunda), gravou seu nome na história americana ao ajudar os jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein do The Washington Post a desvendar o escândalo Watergate em 1974. Antes disso, em 1972, Nixon renunciou a presidência, já sob o peso das denúncias sigilosas de Felt. Agindo quase que como agente duplo por anos, a identidade verdadeira do Garganta Profunda foi revelada apenas em 2005 e em 2008 o oficial faleceu.
Com a seriedade e entrega que lhe é particular, Liam Neeson dá vida à versão cinematográfica de Mark Felt neste filme baseado no livro do próprio Mark Felt e John D. O’Connor. Neeson retrata com muito talento as ambiguidades e conflitos morais pelos quais Felt passa ao ser, ao mesmo tempo, o homem mais confiável e o maior traidor do FBI, instituição para a qual dedicou mais de trinta anos de sua vida. Contando a história desde o início da “parceria” com o The Washington Post até seu julgamento por conta dela, Neeson nos revela um Felt tremendamente atormentado pelo dilema de ser o delator de um governo no qual ele e todo o país deveriam poder confiar, sendo sua obrigação moral denunciar, ainda que isso arruíne sua vida pessoal e profissional.
Falando em vida pessoal, Diane Lane brilha como Audrey Felt, a esposa de Mark. Com uma interpretação cativante, ela é a mulher que apoia o marido em suas decisões e se ressente profundamente pelo destino deles ser tão diferente do que sonharam. Afundados até os cabelos nos segredos que Felt aos poucos contava para os jornais, o casal viu a vida conjugal desabar. Mais um percalço dos muitos “ossos do ofício” escolhido por um Felt que trilhou de maneira duvidosa o caminho certo.
Além de Neeson e Lane, o elenco conta com Michael C. Hall, saudoso Dexter, como John Dean, membro da Administração Nixon, Tony Goldwyn como um oficial da inteligência do FBI, Kate Walsh como sua esposa Pat, Julian Morris como Bob Woodward, um dos jornalistas que expôs o caso e Noah Wyle como o advogado de acusação Stan Pottinger. Eddie Marsan também está no filme e repete a parceria que já tínhamos visto com Liam Neeson em Gangues de Nova York. A direção e o roteiro são de Peter Landesman, responsável por Um Homem Entre Gigantes.
Com produção da Scott Free Productions e Playtone, Mark Felt tem distribuição brasileira pela Diamond Films. O longa tem estreia prevista para esta quinta, dia 26 de outubro, no Brasil.
Tati Lopatiuk é redatora e escritora em São Paulo. Gosta de romances em seriados, filmes, livros e na vida. Suas séries favoritas são Girls, The Office e Breaking Bad. Pois é.
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