No dia seguinte ao em que assisti a este episódio uma amiga compartilhou um texto no Facebook falando dos casos de violência na Faculdade de Medicina de São Paulo. Trotes violentos, obrigar estudantes a beber, estupro de mulheres, violência contra gays e negros. Ao ler o texto em vários trechos eu confesso que quase vomitei. E, se um dia minha filha pensar em estudar medicina, bem, confesso que terei medo – se tiver curiosidade, o texto é este aqui.
Bom, ler o texto me fez pensar que algumas vezes a ficção, por mais terrível que seja, não é capaz de causar o horror que a vida real é.
iWitness mostra do que um grupo de adolescentes orientados pelo adulto errado é capaz de fazer. Se a matéria prima é o mais baixo da maldade humana – porque se estuprar uma garota e esconder a verdade só por conta da “fama da faculdade” não é baixo, não sei o que seria – o roteiro soube abordar a questão muito bem, num dos melhores episódios da temporada, e mesmo tendo um previsível culpado, entregou uma boa história de investigação.
Ah, gente, vai dizer que vocês não sabiam que o tal professor/instrutor/mentor tinha “eu matei” escrito na testa desde o primeiro instante?
Descobrir o motivo por trás da tal confissão escondida em um site, conseguir ligar a verdadeira garota abusada e então a despeito de todas as dificuldades realmente descobrir os três garotos que abusaram dela e o cara por trás do crime deu trabalho para a equipe, cada dia mais integrada, e em certos momentos eu achei que a “justiça” ia impedir que completassem o trabalho.
Lá nos EUA as denúncias de abuso nas faculdades inundam salas do escritório de Direitos Humanos do país e a maioria nem sequer é ouvida no tribunal por conta das dificuldades que as faculdades impõem, sempre usando dos mais brilhantes e bem pagos advogados para manter o lixo abaixo da superfície.