Apesar do sentido clássico da expressão Deus Ex Machina, usada para dar nome ao episódio que encerra a SENSACIONAL terceira temporada de Person Of Interest, me apegarei ao sentido moderno desta para julgar o quão adequada foi sua escolha.
A expressão vem do teatro grego e classificava algum tipo de solução mágica, que nada tivesse a ver com o roteiro, que fosse usada pelo autor para resolver alguma questão importante da história que não teria solução de outra forma – acho que um pouco na linha do “jump the shark” que usamos hoje quando uma série deixa de ser o que era, toma um caminho todo diferente.
Já o sentido moderno de Deus Ex Machina seria algo mais na linha de “um deus surgido da máquina” e foi aplicado mais recentemente em um filme de ficção científica (Ex Machina) que apresenta como personagem principal uma vida artificial de forma humana que apenas quer ser o “máximo” de si mesma.
No filme, como aqui, essa máquina é alimentada por informações vindas das redes sociais, celulares e câmeras espalhadas pelo mundo e estaria acima do bem e do mal.
E este episódio de Person Of Interest serve para nos jogar numa nova fase da série em que o “acima do bem e do mal” deve ser sua maior característica, afinal Greer deixa bem claro que está a serviço do Samaritano e de suas vontades, enquanto Harold deixa bem claro que usar apenas as informações saídas as máquinas, sem a crítica humana, sem uma análise que considere bem e mal e talvez, é mais perigoso que não ter nada.
Como eu desconfiava a tal Vigilância nada tinha de inocente, na verdade era mais grave do que eu poderia imaginar: ela era apenas um braço da Décima, usado para provar o ponto de Greer quanto à importância do Samaritano, com Collier sendo movido por seu desejo de justiça e sem enxergar um palmo em frente ao seu nariz.
Temos agora um novo ato, com Greer e Samaritano a serviço do governo americano e com pouca disposição para criticar qualquer coisa, já que Greer acha que Samaritano não erra, está acima dos humanos.
E com Harold, Shaw, Reese e Root protegidos pelo anonimato conseguido por Root no último minuto – eu falei que ela sabia mais que a gente, que ela nunca contava a história completa.
Protegidos, mas separados. Um final de episódio que doeu no coração, não é mesmo?
Torcer para a Warner não demorar a estrear a quarta temporada, não é mesmo?