The Newsroom: What Kind of Day Has It Been? (series finale)

Bom, já que eu estava aqui em lágrimas por conta do último – e perfeito – episódio de Parenthood, achei que era bom parar de enrolar e me despedir de The Newsroom. Não é terrível quando você perde mais de uma série querida de uma vez só, não é mesmo? E, vou te dizer, para mim perder essas duas ao mesmo tempo está sendo péssimo.

Eu nunca esqueci a última cena de Studio 60 – que teve um episódio final de mesmo nome – e a tal história de apagar a lâmpada e isso significar o fim. Aqui, em The Newsroom, Sorkin foi mais bondoso comigo, já que o boa noite final de Will significa que em algum lugar do imaginário as histórias destas pessoas queridas continuam. Não vou tentar enganar ninguém falando aqui que eu os encaro como personagens apenas.

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Charlie partiu. Por mais doído que isso tenha sido para mim, sua partida foi tão sentida quanto foi lógica. O fechamento de um ciclo, a única maneira de mudar tudo e fazer com que tudo voltasse ao seu lugar, as duas coisas ao mesmo tempo.

A escolha de fazer o último episódio no funeral de um personagem tão querido pode ter parecido cruel, mas eu ri como Mac. Talvez eu e ela tenhamos um nível de bobeira bem parecido, quem sabe nós duas encaremos de forma espontânea as ironias do destino.

Só que não, eu não estou grávida. Acho que de tudo que Sorkin poderia ter feito neste episódio final, esta foi a única coisa que realmente me surpreendeu. Não, não sou uma especialista em Sorkin, nem um gênio. Apenas que vimos ao final de The Newsroom foi coerente com o que ele construiu ao longo de três queridas temporadas.

Sorkin escolheu um jogo de passado e futuro. As cenas da vida de Mac, Will, Sloan, Jim, Maggie, Don e Charlie que não tínhamos visto e que resultaram no primeiro episódio da série. E então a montagem do futuro: Mac agora é a chefe, Jim e Maggie finalmente acertaram sua vida, Will será pai e larga o cigarro, Don e Sloan, bem, podemos fazer um spin off de Sloan e Don?

Poxa, agora que pensei com calma, ver Mac tomando cerveja de manhã e jogando boliche sozinha também foi um tanto surpreendente. E ótimo.

Engraçado é pensar que, por mais que Mac parecesse no fundo do poço naquele momento, enquanto Will ainda tinha o destaque de ancorar um jornal, era ele que estava no fundo do poço, não era não?

Eu sei que muita gente se surpreendeu pelo fato de Sloan se interessar por Don antes dele, mas sabe que eu achei isso simplesmente lógico – a garota mais bonita e mais inteligente da turma nota a ovelha negra primeiro mais vezes do que as pessoas percebem.

Finalmente, mas não menos importante: Neal. Você estava lá, achando que ele ficaria esquecido depois de seu passeio pela Venezuela? Eu tinha realmente sentido falta dele não ter voltado antes, mas jamais perdoaria Will se ele tivesse aceitado confirmar a fonte para que ele pudesse fazê-lo. Então tudo no seu lugar, Neal aparece no último episódio para retomar o lugar que lhe é de direito e eu amei naquele momento.

E nada, nada, mais Sorkin do que todo mundo chamando para si a culpa pela morte do Charlie.

Então, “Thank you for your precious time, forgive me if I start to cry and that’s how I got to Memphis”.

P.S. Peço desculpas pelos episódios não resenhados. A decisão da HBO de passar os episódios finais da série em meio às festas de final de ano acabou impedindo que eu visse episódio semana a semana. Assim que retornei para casa uma maratona dos episódios que faltavam provavelmente me fez admirar ainda mais como Sorkin contou a difícil, e algumas vezes pesada, história dessa temporada.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

4 Comentários


  1. Sdds Parenthood. Parei de ver na segunda ou terceira temporada, quando tive que dar uma limpa nas séries, mas me arrependi de ter parado.

    Chorei demais no finale de The Newsroom. Amo Charlie (amo o ator também). Os flashbacks, morri nos flashbacks. Fico arrepiada só de lembrar da cena da Mac recebendo “Dom Quixote” (putz, que droga, caiu um cisco no meu olho, snif).

    Ai, caramba, tô chorando tudo de novo agora.

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      1. Cara, na cena da mulher do Charlie dando a gravata eu desisti de segurar o choro. Dali em diante, foi só morro abaixo. 😛

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