E, ao que parece, Forever está na bolha do cancelamento. Ou seja, ela até tem audiência, mas nem tanto assim, não tem ninguém falando mal, mas ninguém defendendo até a morte, e qualquer coisa pode acontecer.
Eu acho uma pena. Sim, eu sei que a maioria das pessoas encaram Forever como apenas mais um procedural com livre inspiração em Sherlock Holmes, mas eu realmente fui pega pelo que ela tem de único.
Como assim, o que ela tem de único? Eu fiquei me perguntando também porque eu gostava tanto da série e acabei concluindo com algo que nesse episódio salta aos olhos: Forever tem uma doçura rara em séries policiais.
E, sim, eu sei que nem todo mundo gosta de doçura – ainda nesta semana li um texto na internet que falava da audiência perdida por um site que resolveu só publicar notícias boas e mensagens positivas.
A doçura da série aparece primeiro na relação de Abe e Henry e nas inversões dos papéis de pai e filho. Um dia Henry cuidou do Abe criança e agora Abe é que tem cara de pai dele. Ao mesmo tempo, Henry convive agora com o medo de perder Abe, seu filho, por causa da idade, sentimento que nós normalmente nutrimos por nossos pais. Além disso, o avanço da idade de Abe faz com que Henry tenha as preocupações que temos quando nossos pais começam a perder um pouco de sua independência.
E essa doçura aparece na forma como Henry encara os casos que investiga ou a forma como trata as pessoas a sua volta, ainda que ele não seja particularmente afetuoso.
6 A.M. é o episódio perfeito para isso nos chamar ainda mais a atenção, afinal a vítima tentava provar a história de seu pai, a história de uma música dedicada a uma filha. E não foi só Henry que foi tocado pela história, lembrando de quando Abe aprendeu a tocar piano e escolheu o jazz como música do coração, mas até mesmo a capitã ficou mexida com os acontecimentos.
Fiquei feliz, então, que não somente eles tenham pego o culpado pelo assassinato, como ainda tenham conseguido que a verdade fosse revelada e que um pai e uma filha pudessem se reaproximar.
E que um outro pai se entregasse a aprender com seu filho…
Foi dito que um homem não está morto enquanto seu nome ainda é falado. Que só morremos de fato
quando sumimos da memória daqueles que nos amaram. Significa que um grande artista nunca morre. Contanto que livros sejam lidos, suas pinturas admiradas, que as músicas sejam cantadas, podemos viver eternamente. Quanto a mim, talvez seja hora de aprender uma nova música. Felizmente, tenho um excelente professor.
P.S. Uma coisa que sempre me encanta e ver gente amando o que faz. Muitas vezes na série a felicidade do elenco simplesmente invade a tela e você percebe isso no sorriso de um personagem, na forma como algo escapa apesar do roteiro e não por conta dele. E foi impossível não pensar nisso quando Abe e Henry tocavam e sorriam…
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Lendo sua análise eu percebi que é o que gosto nessa série e o que me desgosta em tanta série badalada por aí… tá tão raro a gente ver essa doçura, esse amor que não é sexual, que a maioria das pessoas não aprecia isso.
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O final de seu texto me emocionou muito. E concordo que podemos sentir quando há uma camaradagem entre os atores e é emocionante.
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PÔXA, ONDE LESTES DA TAL BOLHA??
GOSTEI DA SÉRIE.
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Oi Libriane, a série consta da lista de quase todos os sites internacionais com chance de cancelamento, resta torcer pela virada.