Grey’s Anatomy: Bend and Break (11×05)

Adianto que, caso você tenha terminado de assistir a este episódio achando que toda a culpa pelo final do casamento de Callie e Arizona é da Arizona, este texto faz uma defesa da loira mais odiada da série na atualidade – até porque, culpada mesmo é a Shonda, não é, gente?

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Eu tenho pavor de discussões de relacionamento e esse episódio foi uma discussão de relacionamento de 41 minutos.

Bend and Break foi um episódio considerado chato por muita gente e ele com certeza tem um ritmo difícil de acompanhar, pois vai dissecando os tais 30 dias afastadas de Callie e Arizona após as duas terem procurado por uma terapeuta de casais e deixa de lado os demais personagens ou tramas que vinham rolando.

E um lado meu acha que os roteiristas envolvidos no desenvolvimento são, assim como a maior parte dos fãs, partidários de Callie na questão erros e acertos. Já, na minha modesta opinião, Callie é tão pelo fim da relação que a companheira e até mesmo num episódio em que deveria tê-la defendido eu vi isso.

Callie, como reconhece neste episódio, nunca conseguiu ficar sozinha. Ela sempre está com alguém, dedicada, carente de atenção, num desequilíbrio pouco saudável. Enquanto vi que muita gente achou que Arizona sofreu menos com a ideia de ficar sem falar com a companheira nesses 30 dias, porque é impossível não ter pena da Callie chorosa e desesperada, eu achei que a melhor coisa na vida da Callie foi a Arizona ter feito isso.

Callie teve que olhar para o resto da sua vida. Teve que procurar outra pessoa para se abrir, teve que encontrar felicidade em outras coisas sem ser num relacionamento amoroso. Pela primeira vez ela passou por isso – já que nas vezes em que ela passava por problemas sentimentais antes ela simplesmente partia para o próximo amor de sua vida.

Sim, Callie é do tipo que diz eu te amo na primeira semana de relacionamento, pula para o casamento em seguida e esse então se torna a razão de viver. Dessa vez ela teve que sair para beber com uma amiga, encontrar algo no trabalho que lhe trouxesse satisfação.

Se todo mundo repete que Arizona é egoísta demais, bem, não precisa ver porque as coisas acabaram como acabaram: uma pessoa carente de atenção envolvida com alguém que se coloca em primeiro lugar não tem como dar certo.

Arizona é santa? Longe disso. Mas talvez ela tenha sido mais sincera com suas vontades e sentimentos que Callie nesse tempo todo. Ela não se impediu de sentir raiva, ela não tentou ser amada por todo mundo, ela meteu os pés pelas mãos, ela errou para caramba e não é fácil gostar de alguém que erra para caramba e ainda assim consegue as coisas, se sente feliz.

Um tanto de egoísmo é saudável e talvez se Callie também o tivesse a coisa ficasse mais equilibrada, ao contrário de a cada momento as duas fossem para seus extremos.

A questão é que, ao final dos tais 42 minutos, Callie resolve continuar experimentando esse lado que ela desconhecia. Ao contrário do que aconteceu até aqui é provável que agora quem fique chorona pelos cantos seja a Arizona – até porque os roteiristas resolveram realmente se vingar dela e até mesmo ameaçar seu novo projeto profissional.

Mas um lado meu me diz que Shonda não vai deixaro ex-casal em paz tão facilmente…

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

5 Comentários


  1. Achei o episódio chato, devido não suporta mais a relação Callie e Arizona há muito tempo. Graças a Deus as duas terminaram. A Shonda destruiu u o casal mais sólido da série no acidente do avião, depois daquilo as duas começou a entrar em uma crise na relação que levou ao fim do casamente. Acho que vai ser bom para Callie ficar sozinha.

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  2. Nem preciso dizer que amei o episódio, né? Amo essas duas.

    E agora, lendo sua resenha, percebo que… eu sou muito Arizona. Muito mesmo. E já estive em relacionamentos com pessoas tipo Callie (porque pessoas autossuficientes tendem a atrair exatamente pessoas carentes, que buscam essa segurança exalada pelo autossuficiente). E é uma bosta, claro. Eu odeio perceber que sou o centro da vida de alguém que esse alguém depende de mim.

    Ainda olhando pelo prisma pessoal, começo a achar que o fim foi muito irreal. Duvido que alguém como a Callie mudasse de ideia e resolvesse mergulhar em si mesma no prazo de 30 dias. É muito pouco tempo – especialmente porque a pessoa se agarra a esse prazo como a uma tábua de salvação, louca pra passar logo. A Callie faz exatamente isso, mas muda de ideia no último dia.

    Mas quem é que quer realismo numa série de tv? 🙂

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    1. Para mim é duplamente irônico: passei boa parte da minha vida sendo a Callie. Depois me tornei a Arizona.

      E realmente esse foi um processo MUITO demorado. São uns 15 anos de terapia, mais ou menos, muitos tropeços e muitas, MUITAS decepções.

      Eu também acho que essa parte da Callie já concluir tão facilmente que precisava ficar sozinha irreal, mas a gente dá um desconto porque depois de tudo que a Shonda fez com esse casal ninguém ia aguentar a Callie de bico por mais uma temporada toda.

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    2. Ah sim, eu só fui concluir mesmo que eu não era mais a Callie quando voltei a me relacionar com um cara da fase em que eu era daquele jeito e saí assim: ou ele se tornou um completo babaca ou ele já era um babaca e eu realmente não fui capaz de enxergar isso… talvez eu nem sempre consiga ser tão indiferente quanto a Arizona ainda, mas com certeza estou bem mais perto do equilíbrio com ela.

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