Doctor Who: Mummy on the Orient Express (8×08)

Então que essa semana eu conclui que ‘tô sendo completamente injusta com Doctor Who e o problema-com-a-Clara. Não, não, continuo achando a moça chata e na expectativa para vê-la partir.

A parte da injustiça é porque, como eu disse no outro texto, fico de olho nos episódios que meu marido está assistindo e aí, poxa, não dá pra ficar totalmente satisfeita com o que está rolando agora. Veja só: eu toda animada para ver uma múmia no Expresso do Oriente… E na véspera acabo assistindo ao episódio em que o Doctor do Tennant e a linda da Donna encontrar Agatha Christie. Não bastasse isso, no dia seguinte eu devoro deliciosamente a primeira aparição de River Song.

Diga pra mim: como não comparar??? E como não achar que está faltando algo??? Além da conclusão muito óbvia de que o Tennant é o favorito de muita gente simplesmente porque ele tem uma sequência de episódios simplesmente SENSACIONAIS na quarta temporada.

Bom, tentando não me deixar levar por toda essa comparação, vamos admitir que estamos todos encantados com Capaldi, mas nem tanto com esta temporada. O episódio acaba e eu fico com aquela constante sensação de que dava pra ter sido entregue mais. Sim, continuo achando que boa parte disso é minha birra com a Clara, mas não é só isso.

Time Heist foi o único episódio até aqui que realmente me prendeu na cadeira, seguido pelo episódio de estreia, mas eu dificilmente colocaria mesmo este na lista dos inesquecíveis-assisto-mil-vezes-e-curto-igual.

Mummy on the Orient Express tem uma cena inicial ótima, uns figurinos lindos, aquele suspense por conta da contagem regressiva e o charme de um trem em pleno espaço sideral.

Tem Clara e o Doctor aparando arestas, depois dela confessar tê-lo odiado por várias semanas, mas um tanto desconexos. O Doctor tem a ótima sacada sobre o “sorriso triste” dela, uma prova de que nós seres humanos somos mesmo estranhos, e Clara insiste no “não entendimento”.

Eu demorei um pouco a pegar isso: o que incomoda na Clara desta temporada nem é tanto o nariz empinado da guria, mas o fato de que ela ainda não superou o fato de que “esse” Doctor não é o Doctor “dela”. Foi somente nesse episódio em que eu enxerguei que a resistência dela lá do primeiro episódio, que Vastra viu de forma tão clara, insiste em não ser vencida. Ela pode até ter aceitado o fato de que o Doctor nunca foi seu namorado, mas ela não consegue olhar para a nova versão com os olhos que deveria.

Por conta disso eu não sei se a conversa entre ela e o Doctor ao final conseguirá mudar isso esse estranhamento, essa resistência, por mais que tenha sido o bastante para que ela permanecesse ao lado dele mais um pouco.Eu poderia imaginar que ela finalmente entendeu quem ele é, mas aí aparece o tal “desde que você me pegue e me devolva na hora combinada” e eu perdi um pouco da esperança.

doctor who mummy in the orient express 8x08 s08e08 clara doctor

Bom, mas vamos parar de falar do que não gostamos e falar do que gostamos? Gostei muito da Múmia e dela absorver energia para se manter viva. A cena em que ela torna o Doctor seu alvo foi especialmente boa, porque até o último instante ele tem certeza de que seria impossível para ela matá-lo, mas a gente não. Esse sim foi um momento digno da série.

Assim como o trem explodindo no espaço, mas o Doctor salvando a todos. Afinal, é isso que ele mais gosta de fazer.

P.S. Ainda que com todos os “se nões” possíveis algo que não muda: os diálogos de Doctor Who são sempre muito ricos e é começar a assistir e você esquecer do mundo lá fora.

P.S. do P.S. “Are You My Mommy/Mummy?” é a auto referência mais usada em Doctor Who, não é mesmo? Estou aqui tentando lembrar se Math também a usou. Tennant usou duas vezes.

P.S. do P.S. do P.S. Quem mais amou a versão de Don’t Stop Me Now no trem? <3 <3 <3

P.S. do P.S. do P.S. do P.S. Se Sherlock estará nas telas do festival TELAS, como comentei no meu texto desta semana, Doctor Who também terá seus dias de cinema:

O nono episódio da atual temporada irá estrear no Brasil neste final de semana, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, como parte da programação da 5ª edição do Vira Cultura. Com vagas limitadas, o episódio intitulado “Flatline”, de Doctor Who, será exibido gratuitamente para os fãs de São Paulo em duas sessões: uma no sábado (08/11), às 20h30, e outra no domingo (09/11), às 8h30.

Para assistir ao episódio inédito de Doctor Who, os fãs poderão retirar suas senhas na Livraria Cultura do Conjunto Nacional uma hora antes do início de cada sessão, no balcão de ingressos localizado abaixo da rampa de entrada (via Al. Santos).

 

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

1 comentário


  1. “vamos admitir que estamos todos encantados com Capaldi, mas nem tanto com esta temporada.” => exatamente.

    Tenho tantas, TANTAS ressalvas com a Clara que nem consigo mais listar todas.

    E eles não funcionam juntos, nunca vão funcionar juntos. É aquele casal que até se gosta e tenta continuar junto, mas isso só torna ambos infelizes. O Doctor só não a deixa ir porque, no fundo, ele é um sujeito carente pra burro.

    E a Clara continua no “relacionamento” pela aventura, não pelo Doctor. Ela é sempre muito injusta com ele. Sempre espera o pior dele.

    “Are you my mummy” me fez explodir de rir. 🙂

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