E quando eu escrevi meus texto sobre Animal, a nova produção da parceria Globo e GNT, eu não sabia realmente se recomendava ou não a série. Falei sobre o clima de camaradagem da equipe e sobre a “parte técnica” da produção. Mas devemos concordar que nada até ali nos dizia se seria algo que valesse a pena ver ou não.
Assistir ao episódio piloto, então, precisava tirar essas dúvidas. Mas não conseguiu.
Ele foi ruim? De forma alguma. Ele nos apresentou aos personagens principais, ele nos mostrou um pedacinho de Monte Alegre, ele nos deixou curiosos sobre os tais muitos segredos da pequena cidade que a prefeita nos disse existiram. Mais que tudo ele me deixou curiosa sobre porque todo mundo ali parece dever algo.
E talvez daí também minhas incertezas: cada vez mais acostumados com séries bastante realistas, o exagero comum em produções nacionais, seja para o drama, seja para a felicidade, incomoda. A prefeita madura agindo como adolescente após ver o moço por minutos em duas vezes diferentes, por exemplo, soa exagerado – por mais plausível que possa ser o amor a primeira vista para você depois de certa fase da vida você tende a demorar mais que um dia para dizer eu te amo (e se você não demora eu pensaria seriamente em buscar ajuda).
Outro senão veio do perfil “didático” do episódio. Sim, estamos falando de muita coisa diferente, começando pela doença do protagonista, mas o excesso de explicação prejudica o andamento da história e mesmo o desempenho de Celulari, que nas cenas em que não explicava nada estava muito bem, obrigada.
Do outro lado, são méritos da série: o elenco de apoio – tá, as meninas virgens não, mas nem sei se elas podem ser consideradas elenco de apoio – e o segredo do assassino do pai de Gil. Confesso que fiquei mais curiosa com isso que com a descoberta da cura para a doença estranha.
No balanço, darei uma outra chance a série. E vocês?