A prova de que nem sempre o diferente é ruim: quando o foco de Criminal Minds foi modificado no episódio comemorativo de número 200 eu fiz bico e disse que não gostei. Pois The Edge Of Winter também não foi um episódio comum, mas ao contrário do outro eu gostei bastante.
A primeira mudança foi na linha temporal: Morgan conversa com Daria, uma mulher que conseguiu escapar de um assassino em série e, ao longo desta conversa, caminhamos pela linha do tempo da investigação deste criminoso.
A segunda mudança – hummm, nem sei se é uma mudança tão grande assim – foi o quanto o roteiro nos deixou dependente de Daria. E por que a mudança nem teria sido tão grande? Bom, eu sou daquelas que vive repetindo o quanto um bom vilão é capaz de segurar numa série ou filmes.
Só que Daria não era a vilã, pelo menos não até os últimos cinco minutos do episódio e esse foi o maio trunfo de toda a trama: quando vemos o pretenso cúmplice de Joe conversando nós também sentimos que ele era inocente, mas só vamos pensar em Daria como uma suspeita quando ela ajeita aquele lençol no hospital. A câmera ali era o olhar de Morgan e, bem, depois de nove anos os vendo em serviço, era o nosso olhar também.
Uma excelente trama, uma investigação típica, mas mostrada de forma diferente. E daquelas que ainda mexem com a gente, com o que a gente defende: você acha que Daria também já tinha um lado psicopata ou foi simplesmente o amor que a levou até aquele ponto?
“ Ninguém é vítima embora os dominadores façam você acreditar que o é. Do contrário, como dominariam?” – Bárbara Marciniak
P.S. Destaque também para Morgan: ele deu um show do começo ao fim.
P.S. do P.S. “Doroty, não estamos mais no Kansas!” foi Rossi fazendo com que tenhamos uma visão nova de O Mágico e Oz. E não das melhores.
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Episódio excelente!
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Não acho que Daria tinha um lado psico nem foi amor que a levou a aquilo, foi a proteção que o cérebro criou uma fantasia pra ela não acreditar que ela estava fazendo coisas horríveis na realidade. Nunca sabemos como vamos reagir a traumas, tendo predisposição a transtornos mentais ou não, então acho bem ok ela sair de si e defender o unsub como um namorado à uma defesa de que ela havia sido enganada pra um serial killer terrível.
A síndrome de Estocolmo fez isso, ou melhor o trauma despertou a síndrome nela.
Esse caso é bem extremo, mas não indo muito longe vejo violência doméstica contra mulher da mesma forma, a gente não quer enxergar o lado horrível do parceiro e se protege alegando que vai ficar tudo bem, aceita coisas que não deveria, até o ponto que não der mais.
Aliás, faltou citar a frase final do episódio que pra mim, responde a pergunta do review:
“Há momentos, quando a mente sofre um golpe, que ela se esconde na insanidade. Há momentos em que a realidade não é nada além de dor. E, pra escapar dessa dor, a mente deve deixar a realidade para trás.” Patrick Rothfuss.