Quando algo começa a ser abordado por mais de uma série como tema normalmente significa que se tornou comum. O estupro de mulheres do exército em campos de guerra somente neste ano virou tema de um episódio de The Good Wife e agora de Grimm, e já havia sido abordado por outras séries no passado, porém de maneira mais espaçada e isso é algo que me causa horror e medo, os dois sentimentos ocasionados pela capacidade do ser humano para crueldade.
Em The Good Wife uma soldado é estuprada por um de seus superiores, aqui uma soldado é estuprada por um grupo de “mercenários” do governo. São homens que normalmente já deixaram o exército, trabalhando para empresas de segurança privadas e seguem para a zona de guerra para dar suporte ao trabalho dos soldados devido sua capacidade e conhecimento. Por estarem se “sacrificando” sem as garantias que o exército oferece aos soldados eles ganham outras vantagens, uma delas seria não serem condenados por crimes ocorridos na zona de guerra.
Quando isso foi pensado a ideia era dar certa liberdade de ação aos contratados sem que eles futuramente enfrentassem a justiça por terem matado um inimigo. No final das contas muitos parecem ter se aproveitado disso para liberar o sadismo que carregavam dentro de si.
Eu li bastante sobre o assunto no passado, já que a descoberta dos crimes realizados nas zonas de guerra virou motivo até de discussão no congresso americano, e talvez por isso não tenha me surpreendido a revelação do porque a garota buscava por “justiça” com as próprias mãos.
Imagino que essa possibilidade também passou pela cabeça dos roteiristas, então tivemos uma virada que garantiu o sucesso do episódio: Frank estava disposta a atormentar os homens que a atacaram, mas foi seu antigo comandante, um coronel que na verdade é um manticora, wesen mestiço que não tem medo da morte.
É fácil então supor que muitos deles se espalham pelas forças armadas, então não foi surpresa descobrir que o pior do grupo que estuprou Frank também o era e a luta dos dois acabou sendo um dos melhores momentos desta temporada.
O coronel acaba morto, mas ele já estava à beira da morte e com seu sacrifício garantiu que o outro pagasse de alguma forma pelo que fez. Justiça poética num episódio excelente.
Sem esquecer que, enquanto Nick e Hank enfrentavam algo quase sobrenatural, Rosalee e Monroe enfrentavam algo muito mais trivial, mas nem por isso menos assustador: um jantar em família. Nossa, muita vontade de bater na irmã da Rosalee com aquele narizinho empinado apontando o que ela achava certo e errado na vida da irmã.
No final das contas, porém, a família parece ter conseguido passar por cima dos problemas do passado. Agora vamos ver se eles passam por cima do fato de Monroe ser um blutbad.
P.S. Bebê da Adalind á caminho e, se nas contrações ele já saiu estourando lâmpadas, imagina no nascimento.
P.S. do P.S. Horror da esposa que prefere que seu marido continue a mentir sobre o que fez. Horror.