Elementary: Tremors (2×10)

Fiquei aqui pensando: até que ponto devemos ser tolerantes com nossos amigos só porque conhecemos suas manias? E foi legal pensar isso porque em Dezembro a revista Vida Simples colocou tolerância como pauta e lembrou que tolerar não é aceitar, mas sim respeitar o outro que pensa ou age diferente da gente. Então devemos tolerar tudo, mas isso não significa aceitar tudo sem nos proteger, sem evitar nossas magoas.

Elementary: Tremors (2x10)

E aí eu fiquei triste. Porque eu gosto muito da dinâmica de Sherlock, Watson, Gregson e Bell e deu para perceber que Bell pode até tolerar, mas ele está decidido a não aceitar mais tudo que vem do nosso amigo inglês. Agora a série pode tomar dois caminhos, um triste mas que ofereceria uma história boa que é com o afastamento dos dois durando algum tempo e isso modificando um pouco mais nosso amigo, ou o outro, mais feliz mas que significaria perder uma oportunidade, que seria algo como Sherlock salvar Bell e os dois voltarem às boas.

Em Tremors você percebe alguma indicação de que o primeiro caminho pode ser seguido, já que por muito pouco Sherlock e Watson não perderam o seu emprego – e algo me diz que Sherlock sabe que só não perdei por causa de Bell, que mesmo muito magoado colocou o bem do departamento em primeiro lugar.

Do outro lado, e me digam se eu estou sendo parcial: foi péssimo ver Sherlock quase se ferrando por algo que nem era tão culpa dele assim. Tá, ele não foi cuidadoso com o escândalo que fez no escritório do primeiro suspeito, mas podemos dizer que foi realmente isso que fez aquele louco aparecer com uma arma na frente da delegacia? Ele me pareceu tão desequilibrado que eu fico pensando se ele não faria algo do tipo mesmo que Sherlock tivesse sido sútil.

É complicado porque é difícil avaliar as consequências possíveis para cada ato que fazemos, e Sherlock simplesmente não pensa em consequências, então era óbvio que algum dia algo desse tipo ia acontecer. Talvez a questão seja que ele já fez coisa muito pior.

No final das contas, ao vê-lo ali sem saber como pedir desculpas direito e oferecendo o único tipo de ajuda que ele sabia oferecer meu coração ficou partido, afinal ele já é uma pessoa melancólica por natureza e este episódio apenas cria uma nova camada de tristeza e isolamento no seu coração.

P.S. Mas o julgamento, ah, foi sensacional!! As respostas, a cara de pau, a frase na agenda da advogada. Como eu adoro o Sherlock!

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

5 Comentários


  1. Não resisti em traçar um paralelo enter esse episódio e meu amado Sherlock/BBC: http://13scenarios.tumblr.com/post/69586865160/well-its-not-just-what-you-say-its-how-you

    Sim, Sherlock sempre fala demais, não mede as consequências, precisa dar uma de esperto e ter a última palavra. Se quando o sujeito apareceu na frente dele ele tivesse ficado calado, Bell não teria sido baleado. (Mas meu lado sádico adorou o drama que a situação criou.)

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  2. Não foi a primeira vez que o Sherlock expôs um suspeito, portanto em algum momento seria normal que isso acontecesse. Acredito que esse fato trará um novo rumo para a série.

    A amizade tem dessas coisas, altos e baixos. Às vezes a gente quer sentir a dor no lugar daquela pessoa, em outros momentos queremos esganá-la, por nos colocar em situações difíceis.

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