Tem certeza que não dá para mudar uma cidade?

O que eu mais ouço quando o assunto é usar a bicicleta no dia a dia é: mas São Paulo não é uma cidade feita para bicicletas. Na verdade, erram ao falar isso, o que aconteceu é que São Paulo deixou de ser uma cidade para pessoas. Somem as lojas de rua e as calçadas bem cuidadas e surgem, então, as vias de tráfego rápido.

Eu normalmente argumento que nem Amsterdã era uma cidade para bicicletas, foi preciso coragem política e muita vontade para que ela mudasse tanto.

Sabe que outra cidade tem feito o mesmo? Nova Iorque. E, vamos combinar, a gente adora comparar São Paulo à Nova Iorque, afinal são duas cidades muito importantes, ricas, com pessoas de diferentes raças, com gente que adora o dia, com gente que vive a noite.

Que tal, então, a gente buscar ficar mais parecido ainda com ela?

NYC Streets Metamorphosis from Streetfilms on Vimeo.

P.S. Quanto mais espaço as pessoas ganham nas ruas, mais seguras elas se tornam e mais pessoas aproveitam isso.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

2 Comentários


  1. Então, é possível mudar. Aliás, é muito possível mudar. Basta vontade de *todo mundo*, na verdade. É em nós trabalharmos mais perto de onde moramos, é criarmos mais emprego para pessoas que moram perto, é investirmos em estabelecimentos fora do “centro” comum (você valoriza seu bairro? sua padaria, seu mercadinho ao lado de casa, ainda que um pouquinho mais caro que um supermercado? faz unhas, pé no salão perto de casa? etc).

    Se você fizer um pouquinho no seu bairro, pode ir ao centro também. Acontece que muita gente só dorme no bairro e faz tudo nos grandes centros. Aí é o problema para a cidade, pois ela aí depende de muito mais logística para levar comida e produtos para o centro. Se houver demanda fora do centro, dilui-se o problema da logística (que é outro fantasma além do trânsito que muita gente esquece).

    Ok, eu moro perto do centro, mas ainda assim há coisas *locais* que podem e devem ser valorizadas. As grandes redes já têm muitos clientes e muito dinheiro. Se o mercadinho do bairro tiver clientela ele pode ser mais competitivo. E quem sabe crescer?

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    1. Sim!! É isso mesmo Carol!

      A solução para o problema de mobilidade e a melhoria da qualidade de vida nas cidades não depende de resposta única, mas sim de uma série de mudanças em como fazemos as coisas.

      Há 11 anos eu vendi meu carro. Por conta disso eu fui obrigada a repensar trabalho, consumo, lazer. Deixei de lado propostas de trabalho que não fossem perto ou de fácil acesso, passei a fazer compras menores no mercado próximo ao invés da compra do mês no mercado mais longe, passei a frequentar bares, cinemas e lojas do bairro ao invés de shoppings.

      Se você mora pero do trabalho é mais fácil optar por ir a pé ou de bicicleta. Se seu bairro é bem atendido por transporte público você pode deixar o carro para os finais de semana, se você mora longe e o pessoal dos dois primeiros casos tiver repensado suas ações você enfrentará menos trânsito, mas se possível trabalhe em horários alternativos ou negocie dias de home office.

      Comprar de quem faz, reduzir o consumo, tudo isso precisa começar o quanto antes porque a vida tá atropelando a gente.

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