The Newsroom: Election Night, Part 1 (2×08)

O fascínio que as eleições presidenciais americanas exercem sobre os moradores dos demais países é um mistério. Alguns dizem que isso acontece porque falamos da mais antiga democracia do planeta – do mundo moderno, entendam bem. Outros porque as famílias presidenciais americanas exercem uma sedução maior ainda que a realeza inglesa, já que estamos falando de pessoas realmente escolhidas pelo povo para ocupar aquele lugar. Podemos, ainda, acreditar que isso é porque falamos da maior democracia atual e que, com recessão ou sem recessão, falamos do homem que será o líder do mundo por pelo menos 4 anos.

Eu acredito que o fato de que o sistema deles é tão complicado que a grande parte da população mundial não consegue acompanhar e de que eles são capazes de transformar qualquer coisa, mesmo grandes tragédias, em um espetáculo, também contam muito nesta equação.

Só que em Elction Night, primeira parte deste final de temporada de The Newsroom, o grande processo democrático transformasse em fundo e ao mesmo tempo cenário da verdadeira trama que nos interessa: o que acontecerá com a equipe do News Night depois do erro?

The Newsroom: Election Night, Part 1 (2x08)

Porque, como eu disse em meu texto anterior e foi bem definido por Charlie no final do episódio passado, eles perderam a confiança do público e, pior que isso, perderam a confiança em si mesmos. Quando alguém que não liga para o correto pisa na bola a decepção é mínima, o público não se surpreende, enquanto a pessoa apenas soma este a lista de erros já cometidos em algum momento de seu passado.

Só que quando temos alguém, no caso uma equipe inteira, extremamente preocupada em fazer o correto e, ainda, que tinha toda a certeza de que se cobriu de todas as formas de maneira a não errar, a culpa parece soltar todos os “demônios” antes mantidos no armário. Temos então uma Maggie que corta e pinta os seus cabelos, um Jim que parece ainda estar entendendo o que acontece a sua volta, uma Mac abatida e tentando de toda a forma ser demitida, um Will no “modo seguro” que nada tem a ver com ele e um Charlie a beira de um ataque de nervos.

The Newsroom: Election Night, Part 1 (2x08) charlie

Sim, é provável que, quando eu for ler outros textos pela internet falando deste episódio, eu encontre críticas ao comportamento completamente “alucinado” de Charlie. Alguns irão se irritar com as cenas cômicas geradas por conta desse comportamento e de suas caras e bocas. Enquanto eu, aqui do meu lado, acho que ele foi o personagem da noite.

Ele é o homem, o profissional, que entende que só existe um caminho para se redimir do que fez de errado e foi impedido de seguir esse caminho – e sua surpresa por Leona não deixar que eles se demitam reflete a surpresa de vários fãs da série compartilharam desde o episódio anterior – e então procura uma forma para conseguir o que quer. E acaba recebendo fofocas sobre políticos e suas amantes como oferta de paz.  Pobre Charlie, a minha sensação é de que a vida dele ficará ainda mais difícil na próxima semana.

Isso porque, desculpem a expressão: Will está com sangue nos olhos!

Mac conseguiu levá-lo a loucura, e eu entendo porque ele acha absurdo que ela reclame de ser punida pelo que fez porque ela acha que já passou tempo suficiente, e ele a demite. Mas ele não quer fazer isso, a grande verdade é que ele queria que nada disso tivesse acontecido, que a conversa entre os dois não tivesse acontecido e eu acredito que ele fará de tudo naquele balcão para que seu pedido de demissão seja aceito.

Quer dizer, quase tudo. Porque mesmo que Charlie pareça ter enlouquecido, mesmo que Will esteja com raiva, mesmo que Don possa perder um milhão de dólares e mesmo que Jim ainda não tenha entendido direito tudo que está acontecendo, eles ainda são os mesmos e algo vai segurá-los em suas posições, por sua seriedade, para que no final tudo dê certo e que a cobertura das eleições seja “a cobertura”.

P.S. E por mais que nos pareça absurdo esse negócio tão americano de se poder processar os outros por tudo, mesmo que nós tenhamos sido mal intencionados, eu acho sensacional esse fato deles irem atrás dos seus direitos enquanto vejo tanta gente do lado de cá do Equador engolindo injustiças e praticando a tal “culpa católica”.

P.S. do P.S. Dan Benishek realmente ganhou naquela noite por uma diferença de 1%, mesmo que a ACN tenha anunciado cedo demais e quando a coisa estava próxima demais.

P.S. do P.S. do P.S. Frase do episódio: “Porque minha mãe não deixa!” – por Reese, aquele “cheio de poder” de alguns episódios atrás

P.S. do P.S. do P.S. do P.S. Mac nos mostrou bem como a culpa pode derrubar uma pessoa. E como a maquiagem pode fazer uma diferença enorme, não só pela forma como os outros nos vêem, mas pela forma como ela representa como nos vemos naquele momento.

P.S. do P.S. do P.S. do P.S. do P.S. Mais do que entender o que Maggie fez com seu cabelo – cujos roteiristas resolveram explicar melhor porque todo mundo estava ficando confuso com o vai e volta na linha temporal e confirmamos ter acontecido após Genoa e antes dos interrogatórios da advogada – eu queria entender por que ela odeia Jim. Alguém me explica? Ela largou Jim para voltar com o Don e agora ela odeia Jim? Tá querendo me irritar ela, é isso?

Opa, achei esse depois de ter escrito o texto: 20 Best Moments of Election Night, part 1

Escrito por Simone Fernandes

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

2 Comentários


  1. Charlie foi justamente quem mais me encantou nesse episódio.

    O “porque minha mãe não deixa” me fez gargalhar! Aliás, tava reparando que dou mais risadas com The Newsroom do que com qualquer sitcom atual.

    Achei que teria sido muito mais impactante se a Maggie tivesse cortado o cabelo logo após a África.

    Talvez ela odeie o Jim por culpá-lo pela merda toda de Genoa. Afinal, se ele não tivesse ido pra Washington pra fugir dela, Genoa nunca teria acontecido. Ela se culpa, culpa o Jim e, por não saber como lidar com isso, canaliza pra raiva. Será?

    Não acredito que só falta um pra acabar. 🙁

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    1. Muito amor pelo Charlie, mas o que eu mais leio é que ele nem devia ter aceitado o papel, acredita? O povo é muito mala!

      Concordo contigo que teria mais efeito e eu até entenderia melhor se ela tivesse cortado logo depois do retorno.

      Hummmm, boa análise do que Maggie pensa!

      Ainda não vi, ai meus sais!

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