Sessão de Terapia completa sua segunda semana no GNT e algumas coisas continuam não funcionando – por coisas entendam a dinâmica entre Theo e sua paciente Júlia. Já o interprete de Breno conseguiu diminuir dois tons de interpretação e nos entregar um personagem mais crível, mais honesto.
Uma leitora do blog fez um ótimo comentário sobre a dinâmica das sessões: existe muita agressividade em quase todas elas, exceção feita para a de Nina. Imaginando o quanto a cumplicidade entre paciente e terapeuta é necessária para que se atinja o objetivo de melhora é de se estranhar uma sessão em que o terapeuta se considera mais que seus pacientes e eles não confiam no que podem lhe contar.
É fácil perceber a diferença quando prestamos atenção á Nina: ela esta insegura, ela não conta tudo que devia, mas ela não é agressiva e, mais que isso, ela consegue pouco a pouco revelar o que quer contar, mas que ainda lhe causa medo, principalmente do julgamento alheio.
O pai, a quem ela considera tanto na primeira sessão, aqui começa a ganhar contornos mais imperfeitos, enquanto a relação especial com o seu treinador começa a se revelar mais profunda e perturbada – quem de nós não imagina que aquela ligação sem querer não tenha sido uma forma dela contar a Theo o que acontecia?
Ao mesmo tempo Theo talvez baixe mais a guarda com a garota por lembrar de sua própria filha, enquanto as demais sessões lhe recordam demais o casamento problemático e acabam por criar uma barreira, ou acabam por colocá-lo na defensiva.
Dora, na sessão de sexta ainda bastante tensa – e que nos deixa com a pulga atrás da orelha, já que não sabemos o que de tão grave ela fez a ele no passado -, deixa claro para Theo que é difícil ouvir os outros quando nossa vida parece desabar.
O que eu não esperava era pela virada da história, pela revelação de que Dora já esteve na posição de Theo e, neste caso, eu começo a entender melhor porque ele tem reservas quanto aos conselhos da supervisora em relação á Júlia.
Nesta segunda semana ainda tivemos duas novidades: a pequena participação de Selton Melo como o paciente que parece ter perdido a esposa, com horário seguinte ao do casal Ana e João – era de se esperar algo sério na sessão dos dois, depois de tantos carinhos e risos, mas eu não esperava por um aborto na sala do terapeuta -, e a conversa tensa e dolorida de Theo e sua esposa, que confirma a desconfiança de um amante.
Uma conversa como essa, tão pesada, tão ferida, pra mim é um indicio de que não existe volta, de que se perdeu o respeito pelo outro. Ao mesmo tempo é um momento de virada para Theo: se ele estava desconfiando de algo e isso estava prejudicando seu trabalho, agora ele teve a confirmação do que temia e terá de lidar com isso enquanto tenta cuidar dos outros. Um desafio e tanto.
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O tom agressivo é inapropriado, sim, mas faz sentido dentro da série. Afinal, é justamente por isso que Theo vai procurar sua antiga supervisora, né? Ele percebe que está impaciente e ríspido.
Estou vendo a série americana e, na comparação, ambas têm pontos positivos e negativos. As conversas entre o terapeuta e a supervisora são BEM mais tensas na americana, e adoro isso. A “Júlia” americana é melhor. Mas a nossa Nina é mais bacana, e o terapeuta também – minha opinião, claro. 🙂
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Oi Lu, então, eu acho que o Theo buscar a supervisora por estar se sentindo impaciente independe do tom colocado em cada sessão pelos pacientes, afinal, como eu falei com a Clarice, são todos pacientes novos. As sessões da Nina mostram bem isso: ela ainda não confia nele, mas ela não é agressiva, ela mostra a incerteza. Já o Brenno diminui o tom na segunda sessão e eu acho que funcionou, porque significa que ele está sendo conquistado. Ainda falando da Julia: comentei com minha psicanalista as minhas impressões e ela me falou para considerar, também, o fato dela ser médica anestesista, segunda ela, que trabalha como terapeuta em um grande hospital de SP, anestesistas e cirurgiões são extremamente agressivos, o tempo todo.
Vou esperar acabar essa e depois ver a americana.