E se eu falar pra vocês que estou com uma absurda dificuldade de falar deste episódio de The Newsroom? E não porque eu não tenha gostado, mas porque eu acho que eu nunca vou conseguir falar tudo que eu quero falar, ou melhor, acho que nunca vou conseguir colocar direito em palavras tudo que eu senti.
Quando o episódio anterior terminou todos nós, ou pelo menos eu, imaginávamos que o episódio de final de temporada seria centrado na descoberta da pessoa que ameaçou a vida de Will. Sorkin vai em sentido contrário e só fala disso no finalzinho do episódio, quando uma ameaça se torna cem ameaças e deixa isso pra próxima temporada.
Aqui nós ficamos com a confirmação de que a escolha do ex-namorado de Mack para escrever sua história deve ter sido a pior decisão de Will nos últimos tempos. Ao invés de uma história sobre o bem que quer fazer ele acaba com uma reportagem que o chama de tolo, o grande tolo.
E não, apesar da Sloan explicar o que seria esse grande tolo, não acho que esse tenha sido um grande consolo pra ele. Isso está em seus olhos, em seu rosto e na tal úlcera que quase o matou – e que serviu para mostrar para Mack que talvez ela não conheça Will tão bom quanto ela acha que conhece – até o momento em que ele percebe, e nós também, que talvez essa seja também a sua libertação, graças a história da senhora que queria votar e que foi proibida disso.
Somos então levados por Sorkin pela história que ele queria nos contar em cenas cortadas do noticiário já pronto, em que Will destrói qualquer ilusão política relacionada ao que é o partido republicano hoje, e voltando no tempo e entendendo como ele foi feito, apesar de tudo ou por tudo.
Ele nos conta a história de como uma receita de guisado foi capaz de derrubar o poder enquanto um ônibus de dois andares passeia pela cidade falando de Sex And The City – confesso, vibrei quando Maggie leva água da poça na cara, assim como fiquei tremendamente frustrada quando Maggie escolhe Don, que agora só pensa em Sloan.
Ele nos conta de um amor que teima em tentar de novo, quando Mack mostra, finalmente, as tais páginas da cena do primeiro episódio, quando Will não conta o que tinha na gravação, mas nós descobrimos.
Ele nos mostra que o mundo às vezes é uma ilha, quando a menina que fez a pergunta que começou tudo se torna a nova estagiária do jornal.
Parece que Will conseguiu mesmo inspirá-la assim como Sorkin nos inspirou. Sobreviver a abstinência como mesmo agora?
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Eu acho, sim, que ele vê o sentido em ser The Greater Fool – o Don Quixote que se lança contra os moinhos de vento achando que somente ele pode salvar a terra dos gigantes que ameaçam a Espanha (um Greater Fool por excelência).
O que me encanta nas produções do Sorkin é que nada vai para o lado que você acha que as coisas irão – a cena em que Mack revela que era ela na noite em que Will destrambelhou na universidade (aliás, “como mostrar patriotismo sem cair na patriotada”), ele avançando as mãos para o rosto dela e você pensando “ele vai segurar as faces dela e dar O Beijo” ele simplesmente solta um palavrão e pergunta por que diabos ela não disse antes.
Nada é fácil. Mas flui que é uma beleza!
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Hummmm, eu confesso que não havia pensado nisso: Don Quixote foi o primeiro grande tolo dessa história toda.
Sorkin nunca segue o caminho óbvio, como eu disse, um monte de gente ficou esperando que a grande sacada do episódio fosse descobrir quem ameaçou Will e, poxa, isso é o de menos com tanta coisa acontecendo – e a gente fica todo aflito achando que ele pode ter sofrido um atentado nos primeiros minutos graças a isso.
Eu vou lá assistir a temporada toda de novo e continuar xingando quem falou mal da série.
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Cejura que alguém falou mal da série? O pessoal do Tea Party, só pode.
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Menina: tudo que é blog falando mal, falando que se decepcionaram, que é péssima, que Mack é uma histérica e não sei mais o que. Sorte que nem dei bola e me apaixonei desse jeito bom que só história de qualidade traz pra nossa vida…