The Good Wife: Blue Ribbon Panel (3×19)

The Good Wife traz um episódio perfeito para que eu me lembrasse que o tipo que mais odeio é o que é mau fingindo que é bom, fingindo que é pelo bem maior, que a maldade dele é diferente das outras. Aqui vemos isso com diferentes nuances.

The Good Wife Blue Ribbon Panel 3x19 mathew perry

Tem o mais descarado, como Lana Delaney, despreocupada em usar a máquina do governo para pressionar Kalinda, seu ex-caso. Você olha para ela e percebe que ela acha que não fez nada de errado, ela vive da imagem de correta, treme sob qualquer ameaça dessa imagem ser arranhada, só aí ela recua, mesmo assim ainda achando estar certa. Mas é pior que muitos dos bandidos que tenta pegar, capaz de usar qualquer um para isso. Aqui ela usa o caso para chegar a Kalinda e usa Kalinda para fechar seu caso.

Tem o cínico, personificado pelo advogado Mike Kresteva (em interpretação certíssima de Matthew Perry). Ele sabe que o que fazem está bem longe de ser realmente “justiça”, mas como “a roda funciona” porque tentar corrigir? Ele não é o mau que atua em causa própria – a não ser continuar como “chefe” daquele grupo -, mas pelo bem maior, só não pergunte a ele uma definição do que seria isso.

E tem o egoísta, como Jackie. Ela foi deixada de fora do jogo, não gostou, e arrumou um jeito de fazer Alicia ir até ela comprando a casa que a nora tentava comprar. Jackie não disfarça que o que ela quer é a chefia da família e está disposta a tudo para colocar as coisas no lugar que ela acha corretos, pouco importa quais são eles. Agora, se eu fosse ela, ficava com bastante medo daquele olhar da Alicia. O jogo está apenas começando e a gente achou que já tinha acabado.

Ainda nos resta os “meninos” do escritório. Eles não são realmente maus, apenas querem prestígio, fama e poder. The Good Wife, então, ressuscita um artifício já usado em Boston legal: o sócio encostado da firma. Boa jogada da dupla Diane e Will, mas que pode lhe dar certa dor de cabeça mais a frente.

Cena de ouro: Alicia e Mike no final, ele a lembrando do que ela prometeu ao rapaz e ela tendo de continuar o jogo.

Para prestar atenção: Alicia continua querendo a casa, mas fica claro o quanto as lembranças boas e más do que ela viveu lá brigam em seu interior. Se ela vencer a batalha com Jackie e conseguir a casa de volta, temo vê-la arrependida de ter conseguido o que pediu.

P.S. Juliana arrasou no episódio todo: da insegurança do ambiente estranho, da dúvida na questão da casa, na firmeza quando resolve insistir em descobrir a verdade, na resignação de ter de desistir.

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

2 Comentários


  1. Episódio excelente e a interpretação de Julianna foi magistral (adorei a cena que ela “encara” o computador da Receita Federal e desafia a pessoa para procurá-la). A participação de Matthew Perry mostrou que ele tem talento para o drama (e o mesmo deveria investir nisto ao invés de sempre recorrer às comédias). Aliás, este episódio evidencia o quanto Alícia mudou e tornou-se uma mulher bem interessante. E adoro estas cenas do escritório pois a interação ente Eli Gold e David são excelentes (e hilárias).

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    1. Carina, sem sombra de dúvida um dos melhores desta temporada. Também acho que Matthew devia apostar mais no drama, já que ficou muito marcado pelo personagem cômico em Friends.

      Eli é um achado!!!

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