Banco novo, de novo

Há dez anos eu me casava e, assim como a maioria das pessoas, a gente não tinha grana pra mobiliar a casa toda. Rola aquela priorização básica: cozinha pra ter o que comer, cama pra ter onde dormir, estantes para ter aonde colocar os livros (é, a gente é assim). Os dois novatos esqueceram que tendo o que comer precisaríamos também de um lugar para sentar e comer – e que o sofá-cama de solteiro do moço não era exatamente para isso.

Salve salve que meus colegas de Unibanco juntaram uma graninha e os dois correram na Tok&Stok mais próxima para comprar banquetas para o balcão da cozinha – a sala de jantar demoraria mais um ano ainda e só surgiu porque meus pais se mudaram e sobrou mesa e cadeiras na mudança.

Dez anos e três gatos depois é claro que o estado das banquetas era deplorável – não, eu não tirei fotos mais próximas porque a coisa é vergonhosa mesmo -, mas a questão é que banquetas e cadeiras  tem preço inversamente proporcionais a quantidade de material usada nelas e dinheiro nunca sobrou por aqui.

Uma reforma do estofado? Sempre pensei nisso, sério. A questão é que nunca, ao procurar um tapeceiro, a brincadeira saía assim mais barata que um item novo, isso quando não saía mais caro. Então, vamos levando. Ainda dá para sentar, não é mesmo?

Pois na minha onda de refazer a casa por aqui eu resolvi usar uma microfibra que minha mãe havia me dado – eu estava atrás de um tecido de bolinhas para fazer uma bolsa, mas este acabou se provando bem inadequado, já que é mole demais – e coloquei a máquina de costura para trabalhar.

O necessário: o tecido escolhido, manta acoplada de R$ 8,00 o metro comprada pela internet (ela é usada para estofamento de carros), tecido de algodão e papel termo-colante.

O segredo de tudo é o termo-colante: primeiro você tira o molde de todas as partes usando papel craft, depois passa o desenho para o papel termo-colante e só após tê-lo aplicado sobre a manta de espuma é de um lado e ao tecido do outro é que você irá cortar tudo – o termo-colante é aplicado com ferro quente.

Eu deixei para desmontar as banquetas só na hora de colocar as capas, então fui ajustando o molde com a costura, já que não dava para tirar as medidas exatas do encosto – só fiz assim porque não confio muito nesses parafusos e fiquei com medo de depois perder o “aperto”.

Usei a manta na parte do assento e na parte da frente do encosto, na parte de trás do encosto eu usei o tecido de algodão aplicado à microfibra apenas para aumentar sua resistência já que ele seria furado para a passagem dos parafusos.

Para prender tudo fiz fitinhas com o próprio tecido usando apenas o termo-colante: corte uma tira do papel no comprimento necessário e com 3 centímetros de largura. Retire a proteção do papel após aplicação sobre o avesso do tecido e então dobre pouco menos de meio centímetro nas pontas e nas laterais. Em seguida dobre a fita ao meio encontrado as laterais dobradas. Passe novamente com o ferro e então costure usando a agulha para a esquerda e deixando a lateral bem certinha com o batedor. Desta forma você vai evitar que corram fios na lateral e ainda vai ficar mais fácil de costurar.

O uso das fitas é especialmente útil no assento: assim não precisei tirar a parte de baixo, nem precisei de um grampeador para prender a nova capa. Além do que, acho um charme esses lacinhos, vocês também?

Pois bem, dois dias de trabalho e tchanã: cozinha nova de novo!!! E a melhor parte: quando alguém elogia você pode soltar o “fui eu que fiz” cheio de orgulho.

Ah, o banquinho foi comprado anos depois, quando a Carol abandonou o cadeirão e precisávamos de uma solução que não ocupasse mais espaço na cozinha, e acabou ganhando uma almofadinha também. No caso eu apliquei a manta nos dois lados da almofada para deixá-la mais fofinha.

Coisas Que Aprendi Fazendo

1. Na lojinha aonde compro o termo-colante a moça sempre me pergunta “nacional ou importado?” e eu sempre comprei o importado. Como aqui ia usar muito mais, e o importado custa o dobro, resolvi arriscar o nacional. Péssima troca: ele não gruda tão bem no tecido, mas gruda horrores na sua mão, dificultando bastante o trabalho.

2. Eu nunca tinha feito capas que usassem costura “curva” – estou falando da barrinha que fica na lateral do assento e precisou ser costurada a cobertura do assento em si – então eu fiz a parte reta da frente e com a capa encaixada eu marquei tudo com alfinete para costurar direito. Nessa hora também é importante lembrar de manter a mesma margem de sobra, ou seja, o tecido da barrinha lateral é dobrado para seguir a curva do assento.

3. Por mais que você saiba que deixará 1 centímetro de sobra na hora da costura é legal deixar mais que isso além da marcação do molde.Isso porque na hora da costura ajustes podem ser necessários por conta da curvatura do assento e encosto. A sobre sempre pode ser cortada depois, se tiver marcado muito justo pode perder todo o seu trabalho.

4. Microfibra + termo-colante + manta não são atraentes para as unhas dos gatos. Tudo de bom, não é mesmo?

Escrito por Simone Miletic

Formada em contabilidade, sempre teve paixão pela palavra escrita, como leitora e escritora. Acabou virando blogueira.

Escreve sobre suas paixões, ainda que algumas venham e vão ao sabor do tempo. As que sempre ficam: cinema, literatura, séries e animais.

2 Comentários


  1. Adorei!! Aqui eu encapei as minhas cadeiras com tecido, usei o grampeador de tapeceiro, ficaram ótimas… eram brancas e estavam um terror, 3 anos, 2 crianças e uma gata depois,rsrsrsrsrsrs… Bjs!!!

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